Simões Pereira lamenta falta de concertação
O candidato apoiado pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde(PAIGC), no poder, Domingos Simões Pereira, lamentou, ontem, em Lisboa, à Lusa, que tenha deixado de haver concertação e deu como exemplo o fim das reuniões do Grupo Internacional de Contacto para a GuinéBissau. Além disso, lamentou que tenha havido, nos últimos anos, “um certo recuo” e “perda de presença e de influência” da CPLP na Guiné-Bissau.
Este grupo, recordou, reunia-se sempre à margem da Assembleia-Geral das Nações Unidas e juntava a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e da própria ONU, colocando as organizações “no mesmo patamar”.Domingos Simões Pereira referia-se ao período em que foi secretário-exe
cutivo da CPLP, entre 2008 e 2012. Hoje, a CEDEAO “tem uma vantagem” por ser a organização regional onde a Guiné-Bissau se insere e porque a ONU, que é “a instância de política internacional com competência para intervir nos Estados”, através do Conselho de Segurança, privilegia as organizações regionais para essa intervenção.
“Portanto, é perfeitamente normal que seja a CEDEAO a receber um mandato específico das Nações Unidas para acompanhar a situação da Guiné”, considerou, defendendo que “a CPLP tem outra vocação”, nomeadamente ajudar o país “a reforçar as instituições” e o “funcionamento da democracia”.“Por via desse reforço, teria um papel bastante mais efectivo na coordenação de todo o esforço internacional”, disse.
Segundo o candidato apoiado pelo PAIGC, a GuinéBissau, pelo “quadro de instabilidade”, deixa de poder ser “advogado em causa própria” e tem de “haver outras entidades a falarem por ela”.