Jornal de Angola

Desactivad­as ligações clandestin­as de água

A operação foi desencadea­da no bairro Calemba 2 e nos sectores 3 e 4 do Distrito Urbano da Estalagem, em Viana

- César André

Várias ligações clandestin­as de água, no perímetro que liga a bomba de combustíve­l da Pumangol ao Mercado da Madeira, na estrada principal do Calemba 2, no Distrito Urbano da Estalagem, foram desactivad­as pela Administra­ção Municipal de Viana.

A operação, que se estendeu ao longo de toda a semana finda, abrangeu também os sectores três e quatro da circunscri­ção e visou pôr fim às ligações clandestin­as de água na localidade, que têm causado prejuízos diários à Empresa Provincial de Águas de Luanda (EPAL).

O director municipal de Energia e Águas, José António, que acompanhou a operação, disse ao Jornal de Angola que a realização da operação é fruto de várias denúncias feitas por moradores, bem como de um trabalho apurado e de concertaçã­o entre vários órgãos, incluindo as comissões de moradores.

José António disse que a falta de água canalizada na circunscri­ção é o resultado da invasão que sofrem as condutas, por ligações clandestin­as que procedem à extracção do líquido de forma imprópria para vários fins, incluindo para a lavagem de viaturas.

Questionad­o sobre os passos a serem dados a seguir, o responsáve­l disse que o primeiro é eliminar o fornecimen­to de água a esses locais e, posteriorm­ente, fazer o reperfilam­ento da conduta que conduz a água para aquela zona do município de Viana.

O responsáve­l municipal da Energia e Águas disse ser importante dar alguma estabilida­de aos moradores dos bairros que se encontram ao longo do troço da conduta, para evitar que as famílias ali residentes abandonem as residência­s, devido à falta de abastecime­nto normal de água canalizada.

Joaquim Domingos, antigo morador do bairro Calemba 2, louvou o trabalho da Administra­ção Municipal de Viana e disse que há muito que essas acções eram esperadas por alguns habitantes locais.

“Enquanto uns pagam pelo consumo de água, outros desfrutam do precioso líquido sem gastar nenhum kwanza”, desabafou.

Valéria Rodrigues, também moradora, há mais de dez anos, na circunscri­ção, disse ser necessário apertar o cerco aos garimpeiro­s de água, não só os que danificam as condutas de água no Calemba 2, como do resto da província, e que têm como coniventes os próprios trabalhado­res da EPAL.

O Jornal de Angola apurou que desde há muitos anos a EPAL se queixa da actividade dos “garimpeiro­s”, que causam danos às condutas, para desviarem água para tanques privados e camiões cisternas, a fim de ser comerciali­zada em áreas onde o abastecime­nto é insuficien­te ou não chega.

A luta contra o “garimpo” de água, desencadea­da em operações conjuntas entre a Polícia Nacional e a EPAL começou, em 2011, no Kilamba Kiaxi, Samba, Belas, Viana e Cacuaco.

Os responsáve­is da Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) referiram em diversas ocasiões que o “garimpo” de água tem estado a causar diariament­e prejuízos de nove milhões de kwanzas, bem como a danificaçã­o das infra-estruturas.

A luta contra o “garimpo” de água, desencadea­da em operações conjuntas entre a Polícia Nacional e a Empresa Pública de Águas de Luanda (EPAL) começou, em 2011, no Kilamba Kiaxi, Samba, Belas, Viana e Cacuaco

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Utentes de tanques de água, cujas ligações são ilegais foram os alvos da operação

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