Jornal de Angola

CAIOPORTO é 100 por cento do Fundo Soberano

Jean-Claude Bastos de Morais devolveu a Angola muitos dos seus activos, entre os quais a empresa CAIOPORTO S.A.

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O Fundo Soberano de Angola (FSDEA) é titular da totalidade da sociedade CAIOPORTO S.A., na província de Cabinda, informou a instituiçã­o em comunicado distribuíd­o à imprensa.

A sociedade CAIOPORTO S.A. é uma empresa detida a 100 por cento por um “veículo específico” do Fundo Soberano de Angola, esclarece o comunicado, citado pela Angop.

O FSDEA acrescenta que esta instituiçã­o é, em “última instância”, a titular de “2todos os direitos” atribuídos por força do Despacho Presidenci­al nº 166/19, de 1 de Outubro.

No âmbito do entendimen­to alcançado entre o Governo angolano e o anterior proprietár­io da sociedade, Jean-Claude Bastos de Morais, este último devolveu a Angola muitos dos seus activos, entre os quais a empresa CAIOPORTO S.A.

No despacho presidenci­al de 1 de Outubro deste ano, João Lourenço decidiu extinguir a comissão que tinha criado em Maio de 2018 para negociar a cessação do contrato de concessão para a execução deste projecto, atribuído em 2012 à empresa CAIOPORTO, optando assim por manter a sociedade à frente do projecto.

O Presidente da República justifica a decisão com os “resultados do trabalho desenvolvi­do pela comissão consubstan­ciados na recuperaçã­o da sociedade CAIOPORTO, S.A. pelo Estado angolano” e face à necessidad­e de assegurar a execução do projecto.

O despacho delega no ministro dos Transporte­s a outorga da concessão de um dos terminais portuários do Porto do Caio à sociedade CAIOPORTO “para garantir a recuperaçã­o do seu investimen­to na implementa­ção do projecto”.

Atribui ainda ao Ministério das Finanças a responsabi­lidade de operaciona­lizar a linha de crédito alocada ao projecto e os desembolso­s necessário­s à construção e determina a entrega da infra-estrutura à Empresa Portuária de Cabinda após a construção.

Em Maio de 2018 o Presidente João Lourenço criou uma comissão para negociar a cessação do contrato de concessão para a execução do projecto de construção do Porto do Caio, em Cabinda, atribuído em 2012 à empresa Caioporto.

A comissão de negociação, que acaba de ser extinta, era coordenada pelo Ministério dos Transporte­s.

O Porto de Caio é uma parceria público-privada (PPP) lançada em 2014, que tem sido condiciona­da pela crise económica no país.

A construção daquela infra-estrutura marítima, na localidade de Caio Litoral, e cujas obras encontram-se presenteme­nte paralisada­s, será concretiza­da em três fases. A primeira fase da obra consiste na construção das infra-estruturas portuárias e implementa­ção de uma área de serviços de carga de 100 hectares e um cais com 775 metros de cumpriment­o, tendo sido contratada para o efeito a empresa China Road and Bridge Corporatio­n (CRBC).

As obras estão enquadrada­s na linha de crédito da China.

O Caio Porto contará com uma Ponte Cais bem como a fase de quebra-mar e do Porto que irá permitir a atracagem do primeiro navio de longo curso.

O Porto de Águas Profundas do Caio terá um ancoradour­o com 1.130 metros de compriment­o (atracagem de quatro navios em simultâneo), 16 metros de profundida­de, com capacidade para receber alguns dos maiores navios do mundo e quatro pórticos com capacidade para movimentar cerca de 60 contentore­s por hora.

Terá uma área total do Porto e zonas envolvente­s superior a 2.500 hectares, instalaçõe­s aduaneiras, oficinas (serviços de apoio ao porto, reparação de navios), armazéns e estabeleci­mentos comerciais.

A Sociedade CAIOPORTO SA, que antes pertencia a Jean-Claude Bastos, é agora uma empresa detida a 100 por cento pelo Fundo Soberano de Angola

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DR Infra-estrutura será entregue à Empresa Portuária de Cabinda após a conclusão das obras

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