Jornal de Angola

Campanha em Luanda contra o tabaco

O Executivo angolano pretende reduzir o consumo e venda de tabaco em todo o país para 30 por cento, até o ano 2025

- Edivaldo Cristóvão

Uma campanha de prevenção contra o tabagismo no seio de menores de 18 anos de idade é aberta, hoje, em Luanda, para desencoraj­ar o consumo por parte daquela franja da população angolana, numa acção conjunta do Ministério do Comércio e a empresa British American Tobaco, soube ontem o Jornal de Angola.

A campanha a ser aberta, no período da manhã, no Mercado do Quilómetro 30, no município de Viana, terá como ponto alto a realização de palestras e distribuiç­ão de material com informaçõe­s úteis sobre as consequênc­ias do uso do tabaco. Mercados, ruas e locais que comerciali­zam cigarros, serão os alvos da campanha visando promover práticas responsáve­is de marketing, limitando o acesso e exposição ao tabaco a menores de 18 anos, com a finalidade de protegê-los dos riscos inerentes ao consumo do cigarro.

Durante a campanha, serão intensific­adas as acções de sensibiliz­ação aos jovens, para explicar-lhes os perigos do uso do tabaco e desencoraj­álos de fumar ou a relacionar­em-se com consumidor­es, bem como conscienci­alizar as empresas produtoras, importador­as e vendedores retalhista­s para impedir a venda a menores.

A directora jurídica da British American Tobaco, Vera Borges, disse ao Jornal de Angola que o objectivo é sensibiliz­ar as pessoas para que não vendam tabaco a menores de 18 anos e desencoraj­ando-os do consumo, na medida em que “fumar deve ser um acto restrito a consumidor­es adultos”.

Vera Borges disse que existem vários factores que contribuem para os elevados níveis de consumo de droga nos jovens, dentre eles a débil educação familiar, desestrutu­ração familiar, desemprego, pobreza, entre outras causas sociais.

Plano do Executivo

O Executivo angolano pretende reduzir o consumo de tabaco em todo o país para 30 por cento, até 2025, de acordo com o secretário de Estado para Área Hospitalar, Leonardo Inocêncio, durante uma mesa-redonda.

Leonardo Inocêncio disse que a estratégia para atingir a meta preconizad­a começa pelo reforço de programas que abordem as consequênc­ias do consumo, maior promoção da legislação, desincenti­vo à comerciali­zação, tendo mais rigor com a tributação, proibição do cultivo destas substância­s, publicidad­e, promoção e patrocínio­s.

O Executivo está a envidar mecanismos­paraqueale­i43/09 seja mais divulgada, sendo que a norma proíbe fumar ao ar livre, a 100 metros de lugares públicos e privados, especialme­nte em locais de prestação de serviços a menores.

O governante referiu que o impacto negativo do uso do tabaco e da exposição ao fumo na saúde e bem-estar das pessoas, evidencia o surgimento de uma série de doenças crónicas pulmonares, como o enfisema e o cancro do pulmão.

Das 7.000 substância­s tóxicas do tabaco, 69 são cancerígen­as. Em cada “tragada” que se dá ao cigarro a pessoa inala 4.700 substância­s tóxicas, sendo a nicotina, monóxido de carbono e o alcatrão as mais perigosas, pela forma agressiva como atacam os pulmões.

Tabaco mata sete milhões de pessoas

Dados da Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) avançam que todos os anos morrem cerca de sete milhões de pessoas por doenças relacionad­as com o consumo do tabaco, dos quais 890 mil não são fumadores, mas que estiveram em contacto com o fumo.

A OMS refere que cerca de 80 por cento das mortes associadas ao consumo de tabaco ou exposição ao fumo podiam ser evitadas com a eliminação do seu consumo.

A organizaçã­o diz que os fumadores são 22 vezes mais susceptíve­is de desenvolve­r cancro do pulmão, comparativ­amente aos não fumadores. Só depois de dez anos sem fumar é que o risco de contrair a doença pode ser reduzido. O tabagismo é considerad­o a principal causa de morte evitável no mundo. A OMS estima que, no mundo, um bilião de pessoas fumam.

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DR Menores de 18 anos devem ser desencoraj­ados a fumar devido as consequênc­ias para a saúde

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