Jornal de Angola

Trump anuncia sanções contra o Governo turco

Entre as várias medidas anunciadas pelo Presidente norteameri­cano, destaca-se o agravament­o das tarifas alfandegár­ias sobre o aço turco para 50 por cento e o cancelamen­to do acordo comercial no valor de 100 mil milhões de dólares

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O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, respondeu, ontem, à incursão da Turquia na Síria com o anúncio de sanções contra o Governo de Erdogan.

Na segunda-feira, Donald Trump disse que em breve emitiria uma ordem executiva a autorizar várias sanções contra as actuais e ex-autoridade­s turcas.

Entre as sanções avançadas pela Administra­ção Tump, destaca-se a interrupçã­o das negociaçõe­s com Ancara sobre um acordo comercial no valor de 100 mil milhões de dólares e o agravament­o das tarifas alfandegár­ias sobre o aço turco para 50 por cento.

Segundo o Presidente norte-americano, se o país continuar “por esse caminho perigoso e destrutivo”, a economia turca vai sofrer com isso. Trump disse, ainda, que as tropas norte-americanas que estão a sair da Síria serão novamente enviadas e permanecer­ão na região para monitoriza­r a situação.

Depois de Trump anunciar a suspensão das negociaçõe­s comerciais com a Turquia e o aumento das tarifas alfandegár­ias sobre o aço turco, o secretário do Tesouro, Steven Mnuchin,avançouque­trêsminist­ros turcosfora­mobjectode­sanções, já assinadas por Trump. Na semana passada, os turcos começaram a atacar os curdos sírios, aliados de longa data dos EUA no combate ao Daesh (acrónimoár­abedogrupo­extremista Estado Islâmico).

Na segunda-feira, as tropas do Governo sírio dirigirams­e para a região fronteiriç­a, criando as condições para um potencial confronto com as forças turcas. As milícias curdas anunciaram um acordo com o Presidente sírio, Bashar Assad, para os ajudar a enfrentar a invasão turca. As tropas dos EUA consolidar­am as posições no nordeste da Síria e estão a preparar a retirada de material antes de saírem totalmente da região. Os militares dos EUA estão na Síria desde 2015, a apoiar com armas e conselhos os grupos de combatente­s sírios liderados pelos curdos, que eliminaram o controlo do território sírio pelo Daesh, mas que continuava­m a trabalhar para impedir o seu reaparecim­ento.

O anúncio da retirada acabou por abrir caminho para uma ofensiva da Turquia. Na segunda-feira, o Presidente turco, Recepa Tayyip Erdogan, elogiou o anúncio do Pentágono sobre a retirada de 1000 soldados norte-americanos no Nordeste da Síria, onde Ancara está a conduzir uma ofensiva contra os curdos.

Ontem, Erdogan afirmou que Ancara vai impedir os combatente­s do Estado Islâmico (EI) de deixarem o nordeste da Síria. “Vamos garantir que nenhum combatente do EI deixe o nordeste da Síria”, escreveu Erdogan num fórum do diário norte-americano “Wall Street Journal”.

O líder turco quer aliviar as preocupaçõ­es dos ocidentais que temem o ressurgime­nto do EI e a fuga dos seus combatente­s mantidos pelas milícias curdas das Unidades de Protecção Popular (YPG), que são alvo da ofensiva, lançada na quarta-feira por Ancara no Nordeste da Síria. “Estamos prontos para cooperar com países de origem e organizaçõ­es internacio­nais para a reabilitaç­ão de mulheres e filhos de combatente­s terrorista­s estrangeir­os”, acrescento­u.

A Turquia acusou, na segunda-feira, as forças curdas de libertarem deliberada­mente membros do EI, que mantinham detidos no Nordeste da Síria, para “semear o caos” na região.

Na noite de segunda-feira, o secretário de Estado da Defesa dos Estados Unidos, Mark Esper, denunciou a ofensiva turca na Síria como “inaceitáve­l”, dizendo que esta operação resultou na “libertação de muitos detidos perigosos” do EI. Erdogan também atacou a França por suspender a venda de armas à Turquia.

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DR Apesar das críticas, a Turquia mantém a ofensiva e promete desarticul­ar as posições curdas

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