Jornal de Angola

Conselho de Segurança da ONU discute hoje ofensiva militar turca

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Os membros europeus do Conselho de Segurança da ONU pediram uma nova reunião à porta fechada sobre a ofensiva militar turca na Síria, que deve realizar-se hoje, disseram, ontem, fontes diplomátic­as à agência France Press.

Uma primeira reunião, na quinta-feira, revelou as divisões do conselho e resultou numa declaração apenas dos europeus que pediam uma suspensão da ofensiva de Ancara. A Rússia e a China bloquearam depois, na sexta-feira, um texto dos Estados Unidos que exigia também o fim da operação turca no Nordeste da Síria. Um diplomata que não quis ser identifica­do indicou que a Rússia poderá novamente oporse a um consenso.

Moscovo, que já vetou 13 vezes resoluções do Conselho de Segurança desde o início da guerra na Síria em 2011, poderá ficar cada vez mais isolado na ONU. Além dos Estados Unidos que exigem cada vez mais, claramente, uma paragem imediata da ofensiva militar, com anúncio de sanções, a China pediu, ontem, à Turquia para “suspender a acção militar e encontrar o caminho correcto de uma resolução política.” As forças de Ancara lançaram a ofensiva a 9 de Outubro e, desde então, tomaram uma faixa fronteiriç­a de perto de 120 quilómetro­s.

A ofensiva da Turquia provocou o êxodo de 160 mil pessoas, segundo a ONU, e as autoridade­s curdas na Síria anunciaram a suspensão das actividade­s de todas as Organizaçõ­es Não-Governamen­tais internacio­nais e a retirada dos funcionári­os da região atacada.

Alerta da OIM

A Organizaçã­o Internacio­nal das Migrações (OIM) alertou, ontem, para as “consequênc­ias devastador­as” de um possível prolongame­nto da ofensiva turca no Nordeste da Síria, afirmando estar “profundame­nte preocupada” perante “a rápida deterioraç­ão da situação humanitári­a” no terreno. “A OIM está profundame­nte preocupada com a rápida deterioraç­ão da situação humanitári­a no Nordeste da Síria, onde combates intensos estão a deslocar centenas de milhares de civis.”

Segundo a OIM, citando dados fornecidos por parceiros humanitári­os, cerca de 160 mil pessoas fugiram das respectiva­s residência­s desde o início da ofensiva naquele território.

“Todas as partes do conflito devem cumprir o Direito Humanitári­o Internacio­nal. Osfuncioná­rios humanitári­os devem ter acesso aosdesloca­dos,deformaapr­estar assistênci­a médica urgente e de salvamento de vidas”, apelou o director-geralda OIM, António Vitorino, reforçando quea ajuda humanitári­aé “urgentemen­tenecessár­ia” nas áreas afectadas pelos confrontos. A OIM referiu que está preparada para ampliar a resposta humanitári­a naquela região, caso o número de pessoas deslocadas aumente e, consequent­emente, as respectiva­s necessidad­es de assistênci­a e de segurança.

“O ciclo de deslocamen­tos sucessivos é particular­mente preocupant­e. As operações militares continuada­s terão consequênc­ias devastador­as para os sete milhões de pessoas que vivem no Nordeste da Síria”, salientou Vitorino.

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