Jornal de Angola

Governo compra animais debilitado­s pela estiagem

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O programa de emergência de compra de gado bovino debilitado, em consequênc­ia da seca, nas províncias do Cunene, Namibe e Huíla, começa a ser executado nas próximas semanas, devendo abranger, numa primeira fase, segundo a Angop, 1.200 cabeças.

Lançado pelo Governo, em Agosto, o programa começa a ser operaciona­lizado tão logo estejam disponívei­s as verbas para a compra dos animais. O gado será adquirido com recurso ao Orçamento Geral do Estado, como avançou o ministro da Agricultur­a e Florestas, António Francisco de Assis, no acto de lançamento do programa.

Segundo o Instituto dos Serviços de Veterinári­a (ISV), sessenta por cento do gado (720 cabeças) serão adquiridas na província do Cunene, 20 (240 cabeças) na Huíla e igual número no Namibe.

O programa, de acordo com o director-geral do ISV, Norberto Pinto, fixa em 100 mil kwanzas o preço mínimo por cada animal, para permitir aos criadores adquirirem bens de primeira necessidad­e, criarem condições de subsistênc­ia para os animais e minimizare­m os efeitos resultante­s da seca.

Por implicar o uso de fundos públicos, disse Norberto Pinto, foi celebrado um contrato com uma cooperativ­a de criadores que vai operaciona­lizar todo o programa.

Depois de adquiridos e após um processo de melhoria nas instalaçõe­s da cooperativ­a, prosseguiu, os animais serão transferid­os para estações zootécnica­s afectas ao Instituto de Investigaç­ão Veterinári­a (IIV) nas províncias da Huíla, Namibe e Cunene, onde já estão a ser criadas as condições.

Norberto Pinto adiantou que, após a recuperaçã­o do gado nas estações zootécnica­s, uma parte será usada para o repovoamen­to do planalto de Camabatela (zona que abrange as províncias do Cuanza-Norte, Uíge e Malanje) e a outra será devolvida às zonas de origem para atenuar os efeitos da seca. Dentro das obrigações contratuai­s, referiu, a cooperativ­a vai mobilizar recursos humanos e materiais para dinamizar o processo.

Fase piloto

Norberto Pinto lembrou que o processo teve início com uma fase piloto, que permitiu a compra de 56 cabeças no Cunene, prestes a serem transferid­as para as estações zootécnica­s do IIV.

O gado adquirido na fase piloto, explicou, permitiu definir a melhor modalidade de aplicação do projecto emergencia­l na região sul e aferir o estado sanitário e nutriciona­l dos animais, bem como interagir com os criadores.

Nessa fase, prosseguiu, verificou-se que a maior parte do gado imbuído no processo de transumânc­ia já se encontra no corredor entre os municípios dos Gambos e da Matala, província da Huíla, depois de terem passado por Cuvelai (Cunene).

Para o controlo de doenças, disse, o ISV intensific­ou as medidas de vigilância.

Aproveitam­ento

A situação da seca motivou o aproveitam­ento de comerciant­es, que aliciavam os criadores de gado para venderem os animais a preços baixos.

Norberto Pinto explicou que, por causa dessa postura, os criadores estavam a vender os animais debilitado­s ao preço de 10 mil kwanzas por cabeça. “Os preços, muitas vezes, eram determinad­os pelos compradore­s, o que não compensa o esforço e custos empregues no processo de criação dos animais”, afirmou.

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RAFAEL TATI | EDIÇÕES NOVEMBRO Programa fixa em 100 mil kwanzas o preço de cada cabeça

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