Jornal de Angola

Proposta do OGE/2020 apresentad­a aos parceiros

- Natacha Roberto |

A Proposta do Orçamento Geral do Estado (OGE) para 2020 foi apresentad­a ontem aos parceiros sociais.

A secretária de Estado das Finanças, Aia-Eza da Silva, que apresentou o documento, afirmou que no OGE para o próximo ano estão previstas despesas na ordem dos 12.774 mil milhões de kwanzas, mais de 22,8 por cento comparativ­amente ao orçamento de 2019.

Aia-Eza da Silva lembrou que os dados podem ser alterados, depois de avaliados pela Comissão Económica do Conselho de Ministros e pela Assembleia Nacional.

As receitas fiscais, esclareceu, estão avaliadas em 5.524 mil milhões de kwanzas, cerca de 43,2 por cento das despesas totais, enquanto as despesas financeira­s são de 7.250 mil milhõesdek­wanzas,quereprese­ntam 56,8 por cento. Para a despesa fiscal, o Executivo prevê gastar em remuneraçã­o do pessoal um montante avaliado em 2.181 mil milhões de kwanzas, cerca de 17,1 por cento do Orçamento Geral do Estado para 2020.

A secretária de Estado para as Finanças avançou que o Estado espera gastar em juros 1.742 mil milhões de kwanzas, cerca de 13,6 por cento do OGE, eemserviço­s 1.097milmilh­ões, o que representa 8,6 por cento.

Quanto às necessidad­es de financiame­nto, a responsáve­l declarou que ascenderam a 5.980 mil milhões de kwanzas, comparativ­amente ao OGE de 2019, fixado em 4.420 mil milhões de kwanzas. Justificou o aumento das necessidad­es de financiame­nto com a subida do aumento dos serviços da dívida, avaliados em 7.250 mil milhões de kwanzas, cerca de 19,6 por cento do Produto Interno Bruto (PIB).

Em relação ao superávit fiscal apontado em 119, 1 mil milhões de kwanzas, explicou que está previsto um financiame­nto interno de 2.012 mil milhões e externo à volta de 3.838 mil milhões de kwanzas. “A nossa principal preocupaçã­o ao arrecadar receitas é dar prioridade à liquidação das dívidas prioritári­as, como o serviço da dívida e o pagamento dos salários”, esclareceu.

A secretária de Estado indicou que o sector social apresenta uma despesa orçamental de 2.132 mil milhões de kwanzas, os serviços gerais públicos 1.466 mil milhões e a Defesa, Segurança e Ordem Pública terão um custo de 1.352 mil milhões de kwanzas.

Aia-Eza da Silva explicou que as receitas totais e correntes não conseguem pagar as principais despesas que impossibil­itam elevar o volume de montantes para outros sectores da economia. “Este ano, tivemos que fazer um aumento salarial e de ingresso de pessoal no sector social, o que pesou bastante (na balança de receitas)”, disse.

Paraaument­araarrecad­ação de receitas, Aia-Eza da Silva afirmou que o Imposto sobre o Valor Acrescenta­do (IVA) é mais abrangente e vai garantir maior controlo das receitas arrecadada­s, embora esteja ainda numa fase embrionári­a. “Estamos num momento em que o IVA gerou um fenómeno de especulaçã­o por parte dos operadores económicos, mas acreditamo­s ser uma fase transitóri­a, tal como aconteceu em outros países onde o imposto está implementa­do”, previu.

A dívida pública atingiu, este ano, 90 mil milhões de dólares, montante muito acima das Reservas Internacio­nais Líquidas, avaliadas em 10 mil milhões de dólares, revelou, ontem, em Luanda, a secretária de Estado para as Finanças.

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ALBERTO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretária de Estado para as Finanças Aia-Eza da Silva

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