Retomado julgamento do comissário Massota
O Supremo Tribunal Militar retomou o julgamento do comissário da Polícia Nacional Francisco Massota, acusado de 30 crimes de burla por defraudação, conduta indecorosa e abuso no exercício do cargo de director da Escola Nacional de Formação de Polícia de Protecção e Intervenção do Kapolo2.
O julgamento decorre desde terça-feira, numa das salas do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Osvaldo de Jesus Serra Van-Dunem, em Luanda. Os trabalhos foram orientados pelo juiz da causa, tenente-general Domingos Salvador, que se baseou na correcção das redacções das cinco actas produzidas em audiências anteriores, ou seja, entre a 18.ª e a 23.ª sessão de julgamento.
Durante a sessão, o juiz Domingos Salvador explicou que as fases subsequentes serão de acareação, alegações finais e leitura da sentença.
O julgamento começou no dia 18 de Junho deste ano. Além do comissário Francisco Massota estão arrolados no processo as agentes Elisandra Tomás e Marcia Crispim.
Do processo de investigação constam também os subinspector Belchor Venda e Elsa Maria e o intendente Veloso Moisés. Os implicados são acusados pelo Supremo Tribunal Militar de conduta indecorosa e burla por defraudação.
O comissário Francisco Massota, actualmente conselheiro do comandantegeral da Polícia Nacional, está a ser acusado pelo Ministério Público Militar de ter orientado as agentes Elisandra Tomás e Marcia Crispim para recolherem 100 processos de cidadãos e cada um correspondia a 300 mil kwanzas para o ingresso na Polícia Nacional.
O juiz Domingos Salvador disse que depois de não cumprir a promessa de emprego aos lesados, o comissário Francisco Massota atirou a responsabilidade para a agente Elisandra Tomás.
O comissário negou em tribunal ter recebido os montantes em causa, mas admitiu que teve em posse dois envelopes com 900 mil kwanzas cada, perfazendo um milhão e 800 mil kwanzas, valores que diz ter devolvido aos lesados por intermédio de outras pessoas.
Elisandra Tomás declarou que entregou os valores ao comissário Massota e que chegou a ser agredida pelos lesados que não foram empregues e muito menos viram os valores devolvidos.