Jornal de Angola

Retomado julgamento do comissário Massota

- André da Costa.

O Supremo Tribunal Militar retomou o julgamento do comissário da Polícia Nacional Francisco Massota, acusado de 30 crimes de burla por defraudaçã­o, conduta indecorosa e abuso no exercício do cargo de director da Escola Nacional de Formação de Polícia de Protecção e Intervençã­o do Kapolo2.

O julgamento decorre desde terça-feira, numa das salas do Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Osvaldo de Jesus Serra Van-Dunem, em Luanda. Os trabalhos foram orientados pelo juiz da causa, tenente-general Domingos Salvador, que se baseou na correcção das redacções das cinco actas produzidas em audiências anteriores, ou seja, entre a 18.ª e a 23.ª sessão de julgamento.

Durante a sessão, o juiz Domingos Salvador explicou que as fases subsequent­es serão de acareação, alegações finais e leitura da sentença.

O julgamento começou no dia 18 de Junho deste ano. Além do comissário Francisco Massota estão arrolados no processo as agentes Elisandra Tomás e Marcia Crispim.

Do processo de investigaç­ão constam também os subinspect­or Belchor Venda e Elsa Maria e o intendente Veloso Moisés. Os implicados são acusados pelo Supremo Tribunal Militar de conduta indecorosa e burla por defraudaçã­o.

O comissário Francisco Massota, actualment­e conselheir­o do comandante­geral da Polícia Nacional, está a ser acusado pelo Ministério Público Militar de ter orientado as agentes Elisandra Tomás e Marcia Crispim para recolherem 100 processos de cidadãos e cada um correspond­ia a 300 mil kwanzas para o ingresso na Polícia Nacional.

O juiz Domingos Salvador disse que depois de não cumprir a promessa de emprego aos lesados, o comissário Francisco Massota atirou a responsabi­lidade para a agente Elisandra Tomás.

O comissário negou em tribunal ter recebido os montantes em causa, mas admitiu que teve em posse dois envelopes com 900 mil kwanzas cada, perfazendo um milhão e 800 mil kwanzas, valores que diz ter devolvido aos lesados por intermédio de outras pessoas.

Elisandra Tomás declarou que entregou os valores ao comissário Massota e que chegou a ser agredida pelos lesados que não foram empregues e muito menos viram os valores devolvidos.

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