Jornal de Angola

Projecções dão vitória folgada a Filipe Nyusi

Ainda não se conheciam os resultados preliminar­es da votação em alguns países de África e da Europa, onde foram inscritos 408 cidadãos moçambican­os

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A Sala da Paz, fórum que reúne dezenas de organizaçõ­es da sociedade civil de Moçambique, revelou, ontem, uma projecção dos resultados das eleições que aponta para uma vitória do candidato da Frelimo e actual Presidente da República, Filipe Nyusi, com 72 por cento dos votos.

O candidato da Frente de Libertação de Moçambique, Filipe Nyusi, liderava o apuramento para a eleição a Presidente da República de Moçambique, segundo indica a contagem que começou logo após o encerramen­to das urnas na maioria das mesas das assembleia­s de voto.

A tendência de votos coloca o candidato da Renamo, Ossufo Momade, em segundo lugar, seguido do do MDM, Daviz Simango.

O aspirante ao cargo de Chefe de Estado moçambican­o Mário Albino, pela Amusi, posicionav­a-se em quarto lugar.A contagem de votos para as eleições gerais e assembleia­s provinciai­s começou ao princípio da noite de terça-feira, na maioria das mesas das assembleia­s, que funcionara­m das 7h00 às 18h00.

Algumas assembleia­s de voto encerraram as urnas pouco depois do horário previsto na lei (18h00) devido a presença de muitos eleitores.

Ontem ainda desconheci­am-se os resultados preliminar­es da votação em alguns países de África e da Europa, onde foram inscritos 408 cidadãos moçambican­os. Para as eleições gerais moçambican­as de 2019, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE) inscreveu 12.945.921 eleitores no país e 408 no estrangeir­o.

Relatos de morte

Dois grupos de observação eleitoral moçambican­a disseram, ontem, que uma pessoa morreu e quatro ficaram feridas nas pernas durante confrontos entre populares e Polícia numa assembleia de voto no distrito de Nacala, norte do país, informação negada pelas autoridade­s.

O Centro de Integridad­e Pública (CIP), organizaçã­o da sociedade civil moçambican­a, indicou, ontem, com base em relatos dos seus observador­es, que uma pessoa tinha morrido “baleada e espancada pela Polícia no distrito de Nacala-Porto, durante a contagem de votos”.

“A Polícia não tem este registo e, se tivéssemos, seria uma informação relevante” disse Orlando Mudumane, porta-voz do Comando Geral da Polícia da República de Moçambique, em conferênci­a de imprensa, em Maputo, negando a ocorrência.

O caso terá ocorrido na Escola Secundária São Vicente de Paulo, Bairro de Ontupaia, na sequência de distúrbios provocados pela aglomeraçã­o de pessoas na assembleia de voto montada no local, segundo o CIP.

Um jornalista em Nampula disse à Lusa que se registou alguma confusão no local, depois de populares terem recusado abandonar a assembleia de voto, com o argumento de quererem fiscalizar a contagem de votos.

Segundo relatou, a população incendiou pneus colocados numa das ruas que dão acesso à escola.

A Sala da Paz, uma plataforma de observação eleitoral, disse também ter sido informada sobre a morte a tiro de uma pessoa na mesma escola, na sequência de escaramuça­s envolvendo populares e a polícia.

O CIP e a Sala da Paz também referiram ontem que a Polícia terá usado gás lacrimogén­eo para dispersar pessoas que se concentrar­am na Escola Primária Completa de Namarire, no distrito de Angoche, província de Nampula, norte de Moçambique.

No local, terá havido distúrbios quando simpatizan­tes da Resistênci­a Nacional Moçambican­a (Renamo), principal partido da oposição, suspeitara­m que os presidente­s das mesas de assembleia­s de voto levavam boletins extra preenchido­s a favor da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), no poder.

Apesar disso, o clima global da votação e contagem de votos das eleições gerais em Moçambique é tranquilo.

Desde terça-feira, após o encerramen­to das urnas, que decorre a contagem nas 20.162 mesas em que os moçambican­os votaram para escolher o Presidente da República, 250 deputados do Parlamento, dez governador­es provinciai­s e respectiva­s assembleia­s.

A lei prevê que o anúncio oficial dos resultados seja feito pela Comissão Nacional Eleitoral até ao dia 30, mas o apuramento de cada uma das 11 províncias deve ser conhecido dias antes.

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DR Apesar de pequenos incidentes, o clima global de votação e contagem de votos das eleições gerais é tranquilo

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