CARTAS DOS LEITORES
Problemas africanos
Escrevo hoje para o Jornal de Angola para falar sobre a solidariedade e fraternidade em África, onde escasseiam os gestos daquelas duas dimensões.
Quando sucedem cataclismos ou desastres naturais em África, dificilmente ocorrem gestos de solidariedade a grande escala dentro do continente africano. Estamos num continente em que aparentemente há gestos de solidariedade, mas quando nos deparamos com situações desta dimensão parece que os Estados africanos não passam daqueles gestos protocolares.
Não basta enviar carta de condolências, mas era bom que os Estados africanos, dentro das suas possibilidades, enviassem também ajuda, independentemente das dificuldades por que todos passamos.
É verdade que grande parte dos Estados africanos deparam com muitos problemas e que toda a tentativa para ajudar os mais próximos pode aparentar uma espécie de "luxo na miséria", mas as coisas não devem ser encaradas sob este prisma. Penso que a União Africana podia, dentro dos seus parcos recursos, dar o pontapé de saída com iniciativas no sentido de minorar o sofrimento de famílias que enfrentam situações como as vividas em Moçambique, na Somália, no Mali e em todo o Sael. Um pouco vale sempre muito, sobretudo quando dado de coração aberto.
E quanto aos meios de comunicação, não faz sentido fazerem manchetes com factos noticiosos similares ocorridos noutras paragens do mundo e dedicarem pouca ou quase nenhum espaço aos problemas africanos. Para terminar, gostaria deixar aqui o meu apelo no sentido de maior solidariedade entre os africanos. Os políticos falam de soluções africanas para os problemas africanos e acho que era bom que essa ideia fosse materializada. CARLOS RODRIGUES Samba
Condução em Luanda
Sou automobilista há mais de quarenta anos e acompanho a forma como se conduz com dificuldade numa urbe como Luanda. Escrevo para falar sobre a mobilidade do trânsito em Luanda, onde o trânsito passou a conhecer algumas mudanças com a entrada em funcionamento de semáforos que muito deixaram de funcionar na cidade. Não sei se foi pela entrada súbita em funcionamento, atendendo que durante muito tempo alguns destes "postes luminosos" deixaram de funcionar, mas subitamente temo-los aí em muitas artérias de Luanda.
E para o meu espanto alguns automobilistas, como tem ocorrido, não se habituaram a respeitar escrupulosamente o que os semáforos impõem na medida em que transitam mesmo com os semáforos a indicar o oposto. Em muitas vias mal sinaliza o "sinal laranja", na transição para o vermelho, em vez da recomendada prudência, muitos automobilistas apressam-se para passar. E, não raras vezes, sucede que em pleno "sinal vermelho" muitas viaturas passam normalmente como se tratasse da "luz verde", pondo em perigo outros que circulam com viaturas ou a pé. Espero que os reguladores de trânsito estejam a altura deste importante desafio, pondo ordem no circo para que tenhamos uma condução mais responsável. ALZIRA DE CARVALHO Rocha Pinto