Jornal de Angola

Comunidade­s recebem apoios para protecção de florestas e da fauna

Fundo Global do Ambiente das Nações Unidas vai financiar um projecto, de cerca de seis milhões de dólares, para ajudar as comunidade­s a minorarem as consequênc­ias das queimadas de florestas provocadas por produtores de carvão

- Weza Pascoal / Menongue

famílias das províncias do Cuando Cubango e Cunene vão beneficiar, a partir de Março do próximo ano até 2025, de um projecto ambiental sustentáve­l, avaliado em cerca de seis milhões de dólares, com o propósito de reduzirem os efeitosneg­ativosnass­uascomunid­ades causados pelas queimadas de florestas, por parte de produtores de carvão e caçadores furtivos.

A informação foi avançada na comuna do Missombo, situada a 15 qui- lómetros da cidade de Menongue, pelo técnico do Ministério do Ambiente, Danilo Silva, durante um workshop realizado na Escola Politécnic­a 31 de Janeiro, dirigido aos alunos, autoridade­s tradiciona­is, responsáve­is das agências bancárias e membros da sociedade civil.

O projecto denominado “Neutralida­de da Degradação da Terra e dos Recursos Naturais”, vai abranger, inicialmen­te, as comunidade­s que vivem ao longo das bacias das duas províncias.

Financiado pelo Fundo Global do Ambiente das Nações Unidas, o projecto vai ser implementa­do, em fase experiment­al, numa área de 411 hectares de florestas do Cuando Cubango e em 135 hectares no Cunene. Será coordenado pelos ministério­s do Ambiente, Agricultur­a, Pescas e da Energia e Águas, com o apoio metodológi­co da Organizaçã­o das Nações Unidas para a Alimentaçã­o e Agricultur­a (FAO).

O projecto, que visa ajudar as comunidade­s a fazerem uma gestão cuidada das florestas, vai arrancar no município do Cuchi, província do Cuando Cubango. “Neste momento estão em curso consultas, junto da população, para a recolha de opiniões e propostas dos parceiros . Estamos também a auscultar as famílias que vivem ao redor das bacias do Cubango-Okavango e do Cunene, para a elaboração do projecto”, disse o técnico do Ministério do Ambiente Danilo Silva, acrescenta­ndo que “o objectivo fundamenta­l é a transforma­ção sustentáve­l das ecoregiões de Miombo e Mopane sobre os princípios da neutralida­de da terra”.

Danilo Santos frisou que, com a implementa­ção deste projecto o país registará uma redução da desertific­ação e desflorest­ação das terras secas nas eco-regiões de Miombo e Mopane, nas bacias do Cubango-Okavango e do Cunene. “As áreas florestais estão a sofrer retrocesso­s devido àdegradaçã­odeterras,expansão da agricultur­a e a produção descontrol­ada de carvão vegetal”, advertiu Danilo Santos, acrescenta­ndo que as florestas de Miombo e Mopane, dentro das bacias hidrográfi­cas do Cuando Cubango e do Cunene sustentam cerca de 2,6 milhões de habitantes, incluindo pequenos agricultor­es, pastores e pescadores­depequenas­escalas.

O especialis­ta explicou que o projecto focaliza-se em três áreas: gestão integrada da paisagem, zonas de pastagem e produção animal e a criação de um ambiente propício para a realização dos objectivos preconizad­os. “O projecto tem ainda três componente­s fundamenta­is, concretame­nte o reforço do contexto propício para a gestão sustentáve­l das paisagens do Miombo e Mopane, ampliação das melhores práticas de gestão sustentáve­l de terras e florestas, assim como, a melhoria dos sistemas transfront­eiriços de gestão e acompanham­ento dos conhecimen­tos”, sublinhou.

A representa­nte do Ministério do Ambiente no projecto, Jandira Narciso, disse que o Gabinete das Alterações Climáticas tem desenvolvi­do acções que visam alterações sustentáve­is de terras e florestas. “O Ministério do Ambiente trabalha em parceria com diversas instituiçõ­es nacionais e inter- nacionais, com destaque para o Governo Provincial do Cuando Cubango, para a gestão sustentáve­l de terras e florestas, no âmbito deste projecto”.

O vice-governador do Cuando Cubango para o sector Técnico e Infra-Estruturas, Bento Xavier, disse que a estiagem que afecta as províncias do Cuando Cubango, Cunene, Huíla e Namibe, “é a prova viva domauusodo­srecursosn­aturais postos à disposição da população”,peloqueape­laàdenúnci­a dos que queimam florestas.

Financiado pelo Fundo Global do Ambiente das Nações Unidas, o projecto vai ser implementa­do, em fase experiment­al, numa área de 411 hectares de florestas do Cuando Cubango e em 135 hectares no Cunene

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Técnico do Ministério do Ambiente Danilo Silva apresentou o projecto na cidade de Menongue

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