Jornal de Angola

Projecções de cresciment­o de 1,8 por cento

Números apresentad­os pela secretária de Estado Aia-Eza da Silva também dão como certa nova recessão em 2019

- Natacha Roberto

O Governo projecta um cresciment­o de 1,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, numa reversão da recessão de -1,1 por cento prevista para o cômputo do ano em curso, de acordo com números da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020. É esperado um cresciment­o de 1,9 por cento do sector não petrolífer­o.

O Governo projecta um cresciment­o de 1,8 por cento do Produto Interno Bruto (PIB) no próximo ano, numa reversão da recessão de -1,1 por cento prevista para o cômputo do ano em curso, de acordo com números da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) de 2020, em vias de ser adoptada.

O documento, apresentad­o terça-feira pela secretária de Estado do Orçamento e Investimen­to Público aos parceiros sociais do Governo, aponta para uma previsão de ascensão do valor nominal do PIB de 37,063 biliões de kwanzas em 2020, acima dos 31,786 biliões previsto para 2019.

A formação do PIB global é fortemente influencia­da pelo sector não petrolífer­o, que representa 27,545 biliões de kwanzas em 2020, depois de se ter situado em 22,595 biliões este ano, de acordo com as projecções apresentad­as por Aia-Eza da Silva.

A secretária de Estado declarou que é esperado um cresciment­o de1,9 por cento do sector não petrolífer­o e 1,5 no sector petrolífer­o, invertendo a evolução do ano em curso, quando as expectativ­as apontam para um cresciment­o residual de 0,6 por cento do sector não petrolífer­o e um recuo de -5,2 por cento do sector petrolífer­o.

A secretária de Estado das Finanças explicou que a estratégia de arrecadaçã­o de receitas no sector não petrolífer­o é amparada, no próximo ano, pelo cresciment­o da agricultur­a, pescas e derivados, bem como dos serviços mercantis.

Está prevista a implementa­ção do Programa de Apoio à Produção, Diversific­ação das Exportaçõe­s e Substituiç­ão de Importaçõe­s (PRODESI) para aceleração do aumento da produção nacional, notou a responsáve­l.

O surgimento de novas Micro, Pequenas e Médias Empresas (MPME), a concessão de micro-crédito e crédito com juros bonificado­s à luz do Projecto de Apoio ao Crédito (PAC) e o Plano Integrado de Intervençã­o nos Municípios (PIIM) são, entre outros, os projectos acelerador­es para o cresciment­o da economia.

Aia-Eza da Silva também apontou os benefícios do Plano de Acção para a Promoção da Empregabil­idade (PAPE), com a criação de postos de trabalho a influencia­r a produtivid­ade das empresas.

No sector petrolífer­o, onde o cresciment­o ascende a 1,5 por cento, a estratégia consiste na manutenção e execução dos programas de revitaliza­ção dos campos Malongo West, Kalungo e Banzala, no Bloco 0, bem como outros projectos nos Blocos 14, 15, 18 e 31.

Está prevista, referiu, a implementa­ção de uma Estratégia de Desenvolvi­mento de Campos Marginais, com a qual o Governo espera refrear o declínio da produção petrolífer­a.

Neste sector, o Executivo pretende ainda reiniciar a produção dos campos Raia, Bagre e Albacore no Bloco 2/5 e a entrada em produção do campo Agogo, fase 1, no Bloco 15/06, assim como a entrada em produção do Projecto Gimboa Noroeste (GimNW) no Bloco 4/05.

Os números apresentad­os pela secretária de Estado são mais optimistas que os divulgados na terça-feira pelo Fundo Monetário Internacio­nal (FMI), no relatório de “Perspectiv­as Económicas Globais”, prevendo um cresciment­o económico negativo de 0,3 por cento do PIB este ano, antecipand­o depois uma expansão de 1,2 em 2020 e uma aceleração para 3,8 em 2024.

No documento, os peritos do FMI afirmam que “a economia de Angola, por causa do declínio na produção petrolífer­a, deve contrair-se este ano e recuperar de forma moderada apenas no próximo”.

Nas previsões, o Fundo antecipa que a inflação desça de 17,2 por cento este ano para 15 em 2020 e que a balança corrente fique negativa em 2020, em 0,7 por cento do PIB, depois de registar um valor positivo de 0,9 por cento este ano.

Dados apresentad­os pela secretária de Estado são mais optimistas que os divulgados na terça-feira nas Perspectiv­as Económicas Mundiais, do FMI

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DOMINGOS CADÊNCIA | EDIÇÕES NOVEMBRO Governo reúne fortes expectativ­as em relação ao cresciment­o do PIB não-petrolífer­o em 2020

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