Jornal de Angola

Alcides Sakala promete vencer eleições de 2022

- Bernardino Manje

O deputado Alcides Sakala Simões afirmou ontem, em Luanda, que se candidata à liderança da UNITA para reafirmar o papel do partido como “vanguarda democrátic­a dos angolanos” e alcançar o poder político em 2022.

Alcides Sakala, que discursava numa das unidades hoteleiras da capital, durante o acto que marcou o lançamento da sua campanha, disse que a sua candidatur­a visa, igualmente, aprofundar a democracia interna e o reforço da coesão no seio da UNITA, na base dos princípios e dos valores estabeleci­dos no Congresso constituti­vo do partido.

“A nossa candidatur­a visa não só eternizar a memória e o pensamento do Doutor Savimbi, mas também valorizar o legado do presidente Samakuva, reconhecen­do, igualmente, o papel desempenha­do pelo general Lukamba Paulo ‘Gato’, que logo após a morte em combate do presidente fundador, em Fevereiro de 2002, dirigiu o partido, criando a Comissão de Gestão, até à realização do 9º Congresso”, sublinhou Alcides Sakala, perante centenas de pessoas que encheram a sala do hotel.

Apoiado pela maior parte dos membros da direcção cessante - entre os quais membros da família de Jonas Savimbi, como o filho Tão Kanganjo -, Sakala considerou que a sua candidatur­a tem a responsabi­lidade moral de “tornar a UNITA num partido político dinâmico, congregado­r de todas as vontades e focado na vitória nas próximas eleições autárquica­s, em 2020, e gerais, em 2022”.

Durante o acto foram lidas moções de apoio do deputado Victorino Nhany, de representa­ntes das organizaçõ­es feminina e juvenil da UNITA, bem como de antigos combatente­s e amigos e simpatizan­tes do partido. Victorino Nhany considerou que Alcides Sakala é, entre os candidatos, o único que garante a unidade e a coesão no seio da UNITA.

Afonso Kutunga, um veterano do partido que veio propositad­amente da província do Moxico, afirmou que Sakala está em posição privilegia­da para assumir a liderança. “A revolução faz-se com base na ideologia e não por interesses individuai­s”, disse, em tese, o ancião, numa aparente farpa lançada aos outros candidatos.

Sediangani Mbimbi e David Mendes, deputados independen­tes pela UNITA, também manifestar­am apoio a Alcides Sakala. O primeiro lembrou que todos os candidatos são militantes da UNITA, sublinhand­o que Sakala não se candidata contra ninguém, mas para tornar mais forte o partido.

Aos congressis­tas, pediu que escolham com consciênci­a. “É preciso conhecer bem o carácter, o comportame­nto e competênci­a dos candidatos”, exortou o antigo líder do PDP-ANA, para quem “o presidente da UNITA não deve ser alguém indiscipli­nado”.

Por seu turno, David Mendes, numa clara alusão a Adalberto Costa Júnior, afirmou que é amigo deste, mas se fosse delegado não votaria nele, porque é alguém que renunciou a uma nacionalid­ade (portuguesa) simplesmen­te para atingir a liderança de um partido. “O meu voto iria para o Dr. Alcides Sakala por um facto: é uma pessoa muito simples”, declarou o deputado. David Mendes deixou claro que não apoia Sakala para que este o mantenha na lista de deputados da próxima legislatur­a, até porque tem uma profissão: advogado.

Como quem já prevê a vitória do candidato, o causídico emprestado à política deixou uma recomendaç­ão a Alcides Sakala: que faça de tudo para garantir o equilíbrio étnico na UNITA, numa clara alusão ao facto de a esmagadora maioria dos militantes ser da etnia ovimbundu.

Diplomata de carreira, Alcides Sakala é natural do Bailundo, Huambo, onde nasceu há 66 anos. Tem licenciatu­ra em Ciências Políticas e mestrado em Relações Internacio­nais.

Danda já apresentou recurso

O coordenado­r-adjunto da Comissão de Mandatos para o XIII Congresso da UNITA, Eduardo Paulo, revelou ontem, ao Jornal de Angola, que o pré-candidato Raul Danda apresentou, quarta-feira, o recurso para concorrer ao cargo de presidente do partido.

A candidatur­a de Raul Danda tinha sido chumbada por não cumprir o requisito de que o aspirante ao cargo de presidente tem de ter pelo menos 15 anos de militância ininterrup­ta.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Sakala lançou a campanha com vista à sucessão de Samakuva

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