As inexploradas quedas do Cuemba e do Luando
Município tem potencialidades que bem exploradas ajudariam a relançar a economia na província do Bié
O som ribombante da queda das águas é ininterrupto desde que a natureza as moldou. A água tem força da natureza. Procurou passagem por entre as pedras, formou seu caminho e assim se fizeram as quedas do Cuemba e do Luando com diferenças pouco substanciais.
As quedas do Cuemba e Luando são apelativas. Mas, elas continuam inexploradas. Sem estruturas para as rentabilizar senão um pequeno sombreiro, a 200 metros das quedas do Cuemba, no alto da colina, que permite vislumbrá-la.
O impacto da queda das águas é tão forte que se espalmam com imensa brutalidade nas rochas pretas de granito, formando pequenas nuances flutuantes de água em estado gasoso, que parecem nuvens a emergir por entre as pedras. É surreal a obra da natureza!
Por enquanto, a natureza mantém-se na sua forma original sem alterações da engenharia humana. Continua rústica na sua essência, e petulante na sua manifestação, nada discreta. As quedas do Luando, do rio com o mesmo nome, são ligeiramente “mais caudalosas” em relação às do Cuemba.
Se nesta última, os acessos são razoáveis, nas do Luando o acesso do Cuemba à comuna do Luando é radicalmente difícil. É quase que inacessível, não fossem as picadas, mas da comuna com o mesmo nome do rio e das quedas, a viagem segue com alguma normalidade. As quedas do Luando estão completamente intocadas. Continuam tal como a natureza as fez. Uma e outra têm de comum o facto de estarem localizadas no município do Cuemba.
São muito bonitas. Mas, sem projectos para as explorar, não passarão de belas e nada mais do que isso. Serão apenas meras quedas de água. A combinação natureza, sol, quedas e telecomunicações operacionais revelam-se num ingrediente para o turismo, hoje chamada a indústria da paz e com grande papel no desenvolvimento económico e social, o que pode estimular o comércio de produtos locais, venda de artesanato e até uma maior exposição dos traços culturais do município.
Entretanto, o investimento está em falta para que tudo isso ocorra. Faltam equipamentos e infra-estruturas de apoio, faltam estradas, mas também segurança, saneamento e protecção do ecossistema. Ao longo do rio Cuemba e ao redor das quedas do Cuemba, o ecossistema está bem conservado, mas é a falta de infra-estrutura de apoio que torna aquela dádiva da natureza menos conhecida, pelo menos, em termos de visitas. Beleza por si só, é insuficiente quando faltam medidas de segurança e condições para um pleno desfrute.
O impacto da queda das águas é tão forte que se espalmam com imensa brutalidade nas rochas pretas de granito, formando pequenas nuances flutuantes de água em estado gasoso, que parecem nuvens a emergir por entre as pedras. É surreal a obra da natureza!