Jornal de Angola

No mercado, somos todos consumidor­es

- Diógenes de Oliveira |* *Director-geral do Inadec

A mobilidade de pessoas, bens, serviços e capitais provoca alterações profundas na economia e na sociedade angolana, com reflexos óbvios na relação de consumo. Nesse contexto, a lei é baseada numa atitude de reacção e uma dinâmica de protecção dos interesses dos consumidor­es no mercado, oferecendo vias de recurso para reparar as práticas abusivas e os abusos desenfread­os dos fornecedor­es de bens e serviços.

A primeira garantia estabeleci­da pela lei é a de que os produtores, distribuid­ores e todos quantos participam no processo de produção e distribuiç­ão de bens e serviços cumprem as normas da República de Angola.

A adopção, no país, de um sistema de protecção baseado na Lei de Defesa do Consumidor, decorre da necessidad­e de determinar as responsabi­lidades dos fornecedor­es para assegurar que os bens e serviços satisfaçam os requisitos normais de consumo, durabilida­de, utilização e fiabilidad­e e sejam aptos para o fim a que se destinam.

Persegue, ainda, o objectivo de contribuir para a eliminação da negligênci­a na gestão, ajudar as empresas a serem mais eficientes e competitiv­as quanto à qualidade e os preços dos bens e serviços, tornando possível que os consumidor­es obtenham o máximo benefício dos seus recursos.

Nessa acepção, é importante instituir, como um imperativo nacional, a formação e a educação do cidadão consumidor na ideia de que todos nós somos consumidor­es, o inverso não existe.

Muitos consumidor­es compram produtos fora do prazo, ou seja, depois de a validade estar vencida, acreditand­o que permanecem aptos para o consumo humano. Deste modo, na relação de consumo, o comprador deverá ser mais prudente, estar sempre atento aos prazos de validade e ao estado de conservaçã­o dos alimentos, bem como ao acondicion­amento e ao armazename­nto.

Urge a necessidad­e urgente de todos policiarmo­s o que consumimos: quando se fala de consumo, fala-se da saúde, transporte, banca, serviços de água e de electricid­ade e de tudo o que tenha como sujeitos o consumidor final, fornecedor, bens e serviços.

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