Alunos mostram trabalhos criativos
Alunos de 118 escolas do município do Cazenga, em Luanda, juntaram-se, ontem, no pátio do Marco Histórico do 4 de Fevereiro, para exporem as suas criatividades, habilidades e competências desenvolvidas no âmbito de projectos pedagógicos mensais e trimestrais.
Denominada “Educa o Município”, os alunos do II Ciclo do Ensino Secundário, médio e institutos pré-universitários, sedeados no Cazenga, vão demonstrar, durante dois dias, trabalhos desenvolvidos em todas as escolas nas áreas de Ciências, Matemática, Electricidade e Tecnologia, utilizando a robótica como recurso.
Trabalhos das áreas de electricidade, com destaque para passagemdenível,quecomporta assessores automáticos que funcionam sem a intervenção humana,plantaresidencialcom um circuito moderno sem caixa de derivações, são algumas das novidades patenteadas pelos alunos na feira.
O administrador municipal do Cazenga, Albino da Conceição José, disse ao Jornal de Angola que gostou de ver o que os estudantes do município estão a produzir e realçou a importância da realização da feira para o desenvolvimento dos próprios estudantes, visto que o conhecimento é um bem social e se aprende na escola.
Tekadiama Afonso e Nkere Mbiavanga, ambos de 20 anos de idade, alunos da 12ª classe do curso de electricidade, na escola “Politécnica São José”, construíram um edifício de dois andares e converteram a corrente eléctrica alternada para um sistema contínuo, por intermédio de um transformador eléctrico.
O estudante do curso de electrónica, do PUNIV do Cazenga,MárioPaliaresapresentou uma planta residencial, com um circuito moderno, sem caixa de derivações, com o objectivo de acender o interior da residência, que funciona através de um inversor de grupo. Lugares projectados para espaços verdes, na província de Luanda, encontram-se completamente desprovidos de relva, plantas e árvores, constatou o Jornal de Angola, numa ronda efectuada a várias zonas da capital.
Uma fonte que falou para o Jornal de Angola apontou a falta de irrigação permanente e de uma programação para o tratamentodosreferidosespaços como dos principais motivos para o desaparecimento do aspecto verde desses lugares.
A ausência de reservatório de água e de canalização, em muitos desses locais, que serviriam para irrigar a relva e as plantas, confirmam as declarações da nossa fonte.
O processo de rega dos espaços verdes, prosseguiu a nossa fonte, era feito com água transportada por camiões cisternas, que terão deixado de fornecer o líquido por eventuais falta de pagamento.
Como consequência disso, actualmente, conservando apenas o vermelho do areal, os espaços construídos para emprestarem à cidade capital aquele toque de mágica, aguardam pelo regresso do verde, mas sem a mínima esperança de quando é que isso se tornará real.
Nos poucos lugares onde ainda se pode vislumbrar algum vestígio de relva, esta já não conserva o verde natural que lhe é característico. Está completamente acastanhado e a clamar por substituição.
É o caso, por exemplo, do Largo Samora Machel, localizado em Talatona. Ali, apenas alguns eucaliptos, a volta do lugar, como que a guardá-lo, continuamfirmes,conservando um verde já com dias contados. O mesmo cenário é verificado em vários largos e separadores
“Luanda, infelizmente, ainda não vive essa realidade”, frisou a fonte.
José Epalanga referiu que, depois do conflito armado e quando se começou a reestruturar o país, não se privilegiou um bom planeamento urbanístico e optou-se por se pavimentar áreas que dariam para espaços verdes.
“Por falta de uma visão de futuro, não se olhou para a questão urbanística e ambiental”, realçou o ambientalista alertando que do ponto de vista da saúde, a ausência de espaços verdes pode provocar às pessoas, sobretudo aos grupos mais vulneráveis, como