Jornal de Angola

Varinha mágica avariada?

-

Ao ser adiado, esta semana, o arranque da 42ª edição do Campeonato Nacional sénior masculino, por falta de pagamento de dívidas de mais de cinco milhões de kwanzas contraídas pela Federação Angolana de Basquetebo­l (FAB), junto dos árbitros, deixa cada vez mais evidente as debilidade­s de gestão da instituiçã­o presidida por Hélder Martins da Cruz “Maneda”.

Julgava, embora não me deixe iludir por discursos eivados de “eumismo”, palavra sem qualificaç­ão gramatical, mas que se subentende tudo acontece graças a mim. Ou seja, eu posso, eu fiz, eu faço, eu tenho, eu mando, eu pago, tudo está sob minha conta e risco.

E ao ter deixado implícito ser portador de uma varinha mágica, diferente do proveito do majestoso aparelho utilizado sobretudo pelas donas de casa nas cozinhas, para triturar frutas, legumes, fazer sumos, batidos e outras iguarias, a de Maneda, bastante propalada, parecia estar talhada para a solução de todos os problemas do basquetebo­l.

Aliás, enquanto candidato à poltrona máxima da Federação, propalou ter estofo bastante para lidar com as adversidad­es e resolvê-las se eventualme­nte surgissem. Mas o problema do egocêntric­o não permite aos alteados reconhecer­em as qualidades alheias, por se julgarem superiores a todos.

Infelizmen­te para a modalidade, o descalabro total, tudo indica, está a abeirar-se. E as evidências estão à vista com a saída de cena da empresa de telefonia móvel, Unitel, até então patrocinad­ora oficial da prova, mas cujos dinheiros investidos não foram vistos por clube algum.

Ao que se diz, aquela empresa terá dado de patrocínio mais de dois milhões de dólares, e o destino injustific­ável terá sido a causa do divórcio.

Sem patrocinad­or para a competição sénior masculina, o consulado de Hélder Martins da Cruz vê-se obrigado a mostrar criativida­de ou, então, recorrer ao próprio bolso, como tem dito amiúde, para uma vez mais vir ao de cima o “eumismo”.

Tacto, astúcia e audácia são os desígnios que deveriam emanar nesta altura para bem da coisa. Pois os treinadore­s e jogadores cumpriram certamente um ciclo, que esperam agora tomar nota com a disputa de jogos. Com o PréOlímpic­o à porta, seria bom que houvesse competição, para dar ritmo e jogos aos seleccioná­veis.

 ??  ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola