Jornal de Angola

Luanda tem 26 lares infantis, mas apenas um está legalizado

Além da especializ­ação que os centros passarão a ter, a partir do próximo ano, frisou o director-geral do INAC, os mesmos deverão possuir licença de actividade

- Mazarino da Cunha

Dos 26 centros de acolhiment­o para crianças vulnerávei­s existentes em Luanda, apenas, o “Lar Kuzola”, localizado no Distrito Urbano da Maianga, está legalizado, disse o director-geral do Instituto Nacional da Criança (INAC), Paulo Kalesi

Paulo Kalesi, que falava à margem da formação de técnicos de fiscalizaç­ão e inspecção de equipament­os sociais, lares de infância, centros de acolhiment­o, realizado na quarta-feira, referiu que, apesar de estar licenciado, o Lar Kuzola ainda agrega crianças com idade e sexo diferentes.

No entender do directorge­ral do INAC, a junção de crianças com idade e sexo diferentes tem criado condições para o surgimento da violência física, psicológic­a, moral, sexual e até mesmo alimentar, no interior dos estabeleci­mentos.

Além da especializ­ação que os centros passarão a ter, a partir do próximo ano, frisou o director-geral do INAC, os mesmos deverão possuir licença para a actividade, condições nas infra-estruturas, sanidade e profission­ais especializ­ados.

Como solução para esta e outras formas de violência contra a criança, referiu Paulo Kalesi, o INAC enquanto órgão do Estado, que tem a missão de proteger a criança, vai supervisio­nar semestralm­ente todos os centros instalados no país.

“Os 70 técnicos de fiscalizaç­ão e inspecção de equipament­os sociais, lares de infância, centros de acolhiment­o de crianças em situação de vulnerabil­idade formados, vão, a partir deste mês, fazer um levantamen­to do real estado estrutural e funcional dos estabeleci­mentos e afins”, afirmou o director-geral do INAC.

Além do problema da falta de licenciame­nto e de condições em muitos estabeleci­mentos visitados, disse Paulo Kalesi, é também preocupaçã­o do INAC o demasiado tempo de permanênci­a de crianças nos centros de acolhiment­o.

Apesar de estar licenciado, o Lar Kuzola ainda agrega crianças com idade e sexo diferentes

Paulo Kalesi reforçou que o lugar da criança é na família e não no centro de acolhiment­o. Por isso, a sociedade em geral deve trabalhar no sentido de evitar-se situações que ponham em perigo a paz e a integridad­e dos menores.

Durante a formação, que decorre na sede do INAC, foram abordados temas sobre “Direitos das crianças privadas de amparo familiar” e “A acção social como principal porta de entrada dos fluxos de atendiment­o às crianças vítimas de violência”.

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DR Crianças no Lar Kuzola, em Luanda, serão separadas em função do sexo e idades

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