Jornal de Angola

Reino Unido e UE têm acordo

O próximo passo é a aprovação do entendimen­to na sede do Conselho Europeu e no Parlamento britânico

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O Primeiro-Ministro do Reino Unido, Boris Johnson, e o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, anunciaram, ontem, ter chegado a um acordo sobre o Brexit.

O presidente cessante da Comissão Europeia, JeanClaude Juncker, e o PrimeiroMi­nistro britânico, Boris Johnson, anunciaram, ontem, através das redes sociais, que chegaram a um novo acordo para a saída “ordenada” do Reino Unido do bloco comunitári­o.

“Onde há vontade, há acordo”, escreveu Juncker, caracteriz­ando o entendimen­to “como justo e equilibrad­o para a União Europeia e para o Reino Unido”, sendo prova do “compromiss­o para encontrar soluções”.

O ainda presidente da Comissão Europeia apela ao apoio dos Chefes de Estado e de Governo da União Europeia.

O Primeiro-Ministro britânico acrescento­u que “agora, o Parlamento deve concluir o Brexit amanhã” para que se possam concentrar “noutras prioridade­s como o custo de vida, o serviço nacional de saúde, o crime violento e o ambiente”.

A tarefa não se adivinha pacífica, pelo menos do lado do Reino Unido. Os unionistas democrátic­os da Irlanda do Norte (DUP), que já haviam anunciado “não poder apoiar” o plano para a saída do Reino Unido, foram os primeiros a reagir à notícia, declarando que o comunicado já feito “não mudou”.

Jeremy Corbyn, líder do Partido Trabalhist­a (Labour), também já se manifestou contra o acordo, indicando que “deve ser rejeitado”.”pelo que sabemos, parece que o Primeiro-Ministro negociou um acordo ainda pior que Theresa May, que foi esmagadora­mente rejeitado”, declarou Corbyn, num comunicado.

O líder do principal partido da oposição receia que estas propostas reduzam os direitos e garantias, “colocando a segurança alimentar em risco, cortando os níveis ambientais e os direitos dos trabalhado­res e abrindo o NHS (Serviço Nacional de Saúde) à aquisição por empresas privadas americanas”, alertou.

Corbyn considera que “a melhor forma de resolver o “Brexit” é dar às pessoas a palavra final numa votação pública”.

Merkel saúda o acordo

A chanceler alemã, Angela Merkel, saudou, ontem, o acordo entre a UE e o Reino Unido para um “Brexit” destacando que salvaguard­a o mercado único e preserva a paz na Irlanda.

“Segurament­e a notícia do dia de hoje é que foi possível fechar um acordo entre o Governo britânico e a Comissão Europeia. Neste momento estamos a revêlo e vamos formar uma opinião, mas naturalmen­te conhecemos amplas partes do documento e posso dizer que é uma boa notícia”, disse Merkel ao chegar à cimeira europeia em Bruxelas.

A chanceler alemã ressalvou que “evidenteme­nte ele tem primeiro de ser aprovado pelos parlamento­s, o Parlamento Europeu e o Parlamento britânico”.

“Mas, à margem dessa aprovação, podemos dizer que se negociou aqui um acordo que, numa situação extremamen­te difícil, abre a possibilid­ade de manter a integridad­e do mercado único europeu e, ao mesmo tempo, respeitar o acordo de Sexta-Feira Santa” que pôs fim ao conflito na Irlanda.

Merkel sublinhou que o Primeiro-Ministro irlandês, Leo Varadkar, “está satisfeito”, acrescenta­ndo que, para ela, “isso é muito bom sinal”.

A chanceler agradeceu ao presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, e ao chefe dos negociador­es europeus, Michel Barnier, bem como às respectiva­s equipas, pelo trabalho de anos para chegar a um acordo que permita uma saída ordenada do Reino Unido da UE.

“Demonstrám­os que os 27 permanecem unidos”, disse.

“Onde há vontade, há acordo”, escreveu Juncker, que caracteriz­ou o entendimen­to “como justo e equilibrad­o tanto para a União Europeia como para o Reino Unido”

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DR O Primeiro-Ministro britânico apresenta amanhã o acordo para aprovação no Parlamento

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