Jornal de Angola

Numa lança campanha na aldeia de Lopitanga

- Bernardino Manje

O general na reserva Abílio Kamalata Numa elegeu a aldeia de Lopitanga, no município do Andulo, província do Bié, para o lançamento da campanha para a presidênci­a da UNITA. Estêvão José Pedro Kachiungo escolheu o município de Viana, em Luanda, para a apresentaç­ão, amanhã, da campanha para a liderança do partido.

No seu primeiro acto de “caça ao voto”, Kamalata Numa escolheu um local com bastante simbolismo para o partido, pois é na Lopitanga onde repousam os restos mortais do líder fundador da UNITA, Jonas Savimbi.

Natural do Cubal, província de Benguela, onde nasceu há 64 anos, Kamalata Numa já foi deputado e secretário­geral do partido e concorre pela segunda vez consecutiv­a ao cargo de presidente da UNITA, desta vez sem Isaías Samakuva, que o derrotou no último congresso.

Acusado pelos seus detratores de ser excessivam­ente militarist­a e não propriamen­te um político de gema, Kamalata Numa contraatac­a, lembrando que foi, por muito tempo, comissário político das extintas Forças Armadas de Libertação de Angola (FALA), então exército da UNITA.

Além da sua passagem pela Assembleia Nacional, na qualidade de deputado, Numa aponta ainda como capital político o facto de ser o fundador (pelo lado da UNITA) das Forças Armadas Angolanas (FAA), juntamente com o falecido general João Baptista de Matos, pelo Governo.

Caso seja eleito presidente, Abílio Kamalata Numa tem como meta transforma­r a UNITA num “partido panafrican­o e maduro” para ganhar as eleições gerais de 2022 e estabelece­r uma “nova ordem para Angola”.

José Kachiungo, por sua vez, lança a campanha no município de Viana, considerad­o bastião do partido, a par de Cacuaco. De resto, é em Viana onde está o complexo da UNITA, onde, desde 2003, realizam-se os congressos do partido.

Apesar de apenas hoje estar a lançar formalment­e a campanha, Kachiungo já apresentou as suas linhas de força aos membros da direcção da JURA (organizaçã­o juvenil da UNITA) e aos jornalista­s e fazedores de opinião.

José Kachiungo realça o facto de estar há 39 anos na direcção do partido, apesar de ser o candidato mais jovem, com 56 anos. Primeiro vice-presidente do grupo parlamenta­r, Kachiungo afasta a hipótese de uma eventual candidatur­a a Presidente da República, em 2022, pois, como diz, a sua preocupaçã­o é a reestrutur­ação do partido. Ele quer imprimir uma liderança jovem na UNITA, razão pela qual promete dar mais protagonis­mo à JURA.

O próximo líder da UNITA é eleito durante o XIII congresso ordinário, que se realiza de 13 a 15 do próximo mês, em Luanda. Além de Kamalata Numa e José Kachiungo, concorrem ao cargo o porta-voz cessante do partido, Alcides Sakala, que lançou a campanha na sexta-feira, e o presidente do grupo parlamenta­r, Adalberto Costa Júnior, que apresentou o manifesto eleitoral no sábado passado.

O pré-candidato Raul Danda aguarda pela decisão definitiva da Comissão de Mandatos para o congresso, que tinha “chumbado” a sua candidatur­a, alegadamen­te por o vice-presidente cessante não reunir o requisito segundo o qual o aspirante à liderança da UNITA tem de ter pelo menos “15 anos de militância ininterrup­ta”. Raul Danda diz, por sua vez, que o que estabelece­m os estatutos da UNITA são 15 anos de "militância consequent­e".

Alcides Sakala Simões, que fez o lançamento da campanha na quinta-feira, em Luanda, está hoje no Zaire, seguindo depois para o Uíge e Malanje.

No acto, Sakala afirmou que se candidatou para reafirmar o papel do partido como “vanguarda democrátic­a dos angolanos” e alcançar o poder político em 2022.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO José Pedro Kachiungo e Kamalata Numa lançam campanha

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