Os frutos do diálogo
Após apresentar dados e números no seu discurso sobre o Estado da Nação e calar correntes pessimistas movidas pelo “quanto pior, melhor”, o Presidente João Lourenço tem despertado a atenção dos analistas com perspectiva razoável para uma prática que - por ser frequente desde que assumiu a Presidência - tem merecido menos destaque do que deveria: a abertura permanente para o diálogo.
Mulheres, académicos, empresários, estudantes, políticos, activistas cívicos, autoridades tradicionais, militares, religiosos, etc., todos são ouvidos com o merecido respeito, pois uma nação é construída com o esforço colectivo.
Como bem disse o Presidente da República no “encontro com a juventude”, que teve lugar na província do Bié, no quadro da sua visita de dois dias, “o Executivo tem de fazer, os privados têm de fazer, a sociedade civil tem de alertar sobre o que não está feito ou está mal feito”.
São poucos os políticos que, no exercício do cargo, estão a dialogar com a sociedade como tem feito o Presidente angolano. Sem discriminação ou preconceito, desprovido de qualquer complexo de superioridade, temos visto nos encontros entre o Presidente e os cidadãos verdadeiros exemplos de construção da abertura democrática no nosso país.
Sem fugir ao debate, são-lhe colocadas diversas perguntas e inquietações, todas elas respondidas com uma sinceridade incomum, sobretudo no mundo de “palavras ao vento” que tem caracterizado boa parte dos políticos. O Presidente tem mantido um traço característico que, se não atende a todos, conforta a todos: fala o que as pessoas precisam ouvir e não o que elas gostariam de ouvir.
É esse “choque de realidade” e é com possibilidade de debater com o Chefe de Estado, sem intermediários, com a necessária aproximação entre os cidadãos e os seus representantes, que essa abertura ao diálogo tem sido um factor preponderante para que a verdadeira democracia seja consolidada em Angola. Sem a idolatria de alguém que foi eleito para servir ao povo e não para se servir dele.
E tem sido esta transparência, essa capacidade de quebrar paradigmas e protocolos erroneamente criados para servir de barreiras ao diálogo com as pessoas que tem fortalecido o respeito mútuo entre o Executivo e a nossa sociedade. Ninguém viu - e dificilmente verá - no actual Presidente um mega evento de aniversário, uma tentativa de transformar em efeméride qualquer data que lhe valha a autopromoção, por exemplo.
No lugar disso, temos acompanhado debates oportunos e necessários sobre a problemática do emprego, incentivo ao investimento privado, acesso ao crédito, turismo, produção nacional, educação, saúde e todos os outros que realmente importam. Nesse sentido, a actual governação tem dado provas de que o esforço da reconstrução do país e diversificação da economia é feito com trabalho e não com propaganda.
O Executivo está a substituir a prática política que alimentava a existência de uma sociedade polarizada e marcada por carências profundas e privilégios cristalizados. Esta abertura pela via do diálogo é uma mudança na cultura política do nosso país, pois ao promover o diálogo, o Executivo está a criar um ambiente capaz de receber melhor as inadiáveis decisões mais amplas, definição clara de prioridades, planeamento rigoroso dos recursos.
Quando comparado ao passado recente, podemos dizer que o actual Executivo angolano está a trabalhar numa perspectiva democrática, pois as prioridades são claras e definidas com a sociedade, na sua diversidade, e todas essas prioridades convergem para a garantia e manutenção de direitos existentes, criação de novos direitos e conquistas. Para além da redução da discrepância social a partir do desmonte de privilégios historicamente criados para a satisfação de pequenos grupos.
Devemos todos analisar sem pressa ou preconceito o processo de transformação em curso, com apenas dois anos. Se compararmos somente ao passado recente no nosso país, já teremos elementos suficientes para percebermos que existe uma melhor avaliação das acções que devem ser vistas como prioritárias, programas e políticas implementadas com metas e objectivos claros e convergentes para as aspirações da maioria dos angolanos. São os frutos do diálogo.
São poucos os políticos que, no exercício do cargo, estão a dialogar com a sociedade como tem feito o Presidente angolano. Sem discriminação ou preconceito, desprovido de qualquer complexo de superioridade, temos visto nos encontros entre o Presidente e os cidadãos verdadeiros exemplos de construção da abertura democrática no nosso país
* Director Nacional de Comunicação Institucional. A sua opinião não engaja o MCS