Jornal de Angola

Gigante norte-americana é objecto de investigaç­ão

-

A multinacio­nal General Electric (GE), vocacionad­a para a produção e venda de equipament­os, foi alvo de uma investigaç­ão nos Estados Unidos, que concluiu que a empresa contabiliz­ou, nas suas contas de 2017, antecipada­mente e de forma irregular, vendas de turbinas, cujo cliente a identidade não foi revelada, informou o Wall Street Journal.

De acordo com a publicação americana, esta contabiliz­ação irregular, de venda de turbinas, tinha um impacto de 100 milhões de dólares nas contas da empresa, e não foi comunicada às autoridade­s norte-americanas. Apesar da investigaç­ão não revelar o nome do cliente, o jornal diz que a venda foi feita em Angola.

A notícia menciona que as referidas práticas contabilís­ticas, por parte da General Electric, motivaram já um inquérito interno alargado, no qual o próprio CEO da empresa, Scott Strazik, foi questionad­o e investigad­o, tendo declinado qualquer comentário público acerca dos resultados da investigaç­ão.

A GE tem estado, nos últimos anos, envolvida em diversas polémicas relacionad­as com práticas contabilís­ticas irregulare­s e alegada manipulaçã­o de resultados comerciais. Recentemen­te, o especialis­ta financeiro Harry Markopolos, apontado como o primeiro denunciant­e e investigad­or da fraude do fundo Madoff, divulgou um relatório demolidor sobre as práticas contabilís­ticas da GE, causando uma perda de 11 por cento nas acções da empresa.

O relatório de Markopolos identifica diversas práticas de aumento artificial dos resultados financeiro­s por parte da GE nos últimos anos que constituem crime de manipulaçã­o de mercado.

A imprensa americana dá conta de que centenas de milhares de trabalhado­res e ex-trabalhado­res nos Estados Unidos e na França temem pelo futuro das suas reformas, por causa do buraco bilionário nas contas do fundo de pensões da multinacio­nal.

A General Electric anunciou que vai congelar os benefícios a que têm direito 20 mil trabalhado­res e pagar indemnizaç­ões a outros 100 mil que ainda não entraram na reforma, para abdicarem da pensão constituíd­a através do fundo da empresa . Para estes 20 mil funcionári­os ainda ao serviço da empresa, esta medida significa que a partir de 2021 deixarão de acumular novos benefícios previstos no plano de pensões principal da empresa.

O objectivo desta medida, segundo o Wall Street Journal, é cortar entre cinco a oito mil milhões de dólares o défice do fundo de pensões, que no final do ano passado ascendia a 22.4 mil milhões que era, de longe, o maior das empresas cotadas no índice bolsista.

 ?? DR ?? Imprensa americana diz que o negócio foi feito em Angola
DR Imprensa americana diz que o negócio foi feito em Angola

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Angola