Jornal de Angola

União Europeia pede fim das hostilidad­es

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O enviado especial da União Europeia para o Afeganistã­o pediu, ontem, um cessarfogo, consideran­do que o fim das negociaçõe­s entre os Estados Unidos e os talibãs são uma oportunida­de para que possa haver uma pausa no conflito.

“Este é um bom momento e uma boa oportunida­de para ir além de uma simples diminuição da violência e explorar as maneiras de alcançar um cessar-fogo”, disse Roland Kobia, em conferênci­a de imprensa.

As conversaçõ­es entre os Estados Unidos e os talibãs sobre uma futura retirada das forças norte-americanas tinham subjacente uma redução da violência na região e uma abertura para um diálogo inter-afegão.

Contudo, o Presidente Donald Trump decidiu, no início de Setembro, que as conversaçõ­es estavam “mortas” depois de um soldado norteameri­cano ter sido atingido num ataque. Segundo Kobia, um cessar-fogo representa­ria uma mudança significat­iva na situação que poderia convencer Donald Trump a retomar as negociaçõe­s.

“A ideia é realmente ver como podemos avançar para um projecto de um cessarfogo em vez de mantê-la para mais tarde... A oportunida­de agora existe”, acrescento­u o emissário.Questionad­o sobre como a UE, cuja influência no Afeganistã­o é limitada, poderia impulsiona­r as conversaçõ­es, Kobia sugeriu que os talibãs pudessem voltar ao poder “de uma forma ou de outra”.

“Um cessar-fogo seria uma garantia, uma promessa de boa vontade e uma boa preparação para a normalizaç­ão dessas relações”, acrescento­u.

O Afeganistã­o registou um número sem precedente­s de vítimas civis no terceiro trimestre deste ano, com 1.174 mortos, de acordo com um relatório da ONU divulgado na quinta-feira. Na sexta-feira, um ataque a uma mesquita matou pelo menos 70 pessoas.

Uma força militar portuguesa constituíd­a por 170 militares parte, em Novembro, para o Afeganistã­o, com a missão de defender o aeroporto internacio­nal de Cabul, noticiou ontem a Lusa.

A força portuguesa vai ficar seis meses em Cabul, a partir do dia 15 de Novembro, é composta por 154 militares da Quick Reaction Force, 16 elementos do National Support Element e tem como missão a protecção e segurança do aeroporto Hamid Karzai, da capital, integrado na Base Force Protection Group.

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