Jornal de Angola

ACAN acusa UJA de os afastar do processo

- César Esteves

O presidente da Associação dos Comunicólo­gos de Angola (ACAN), André Sibi, acusa a União dos Jornalista­s de Angola (UJA) de os ter afastado, sem uma explicação, do processo de preparação da assembleia-geral de jornalista­s, a ter lugar no dia 26 deste mês, que vai aprovar o Código de Ética e Deontologi­a Profission­al, bem como eleger os membros que vão integrar a Comissão da Carteira e Ética no país.

Em declaraçõe­s ao Jornal

de Angola, André Sibi, cuja organizaçã­o que lidera congrega profission­ais formados em Comunicaçã­o Social, Jornalismo, Ciências da Comunicaçã­o, Cinema e TV e Marketing e Publicidad­e, disse que a agremiação já havia participad­o num dos encontros de trabalho de preparação da referida assembleia.

André Sibi ressaltou que a associação preparava-se para participar em outros encontros, mas alguns dias antes da última reunião entre a Entidade Reguladora da Comunicaçã­o Social (ERCA) e o núcleo das associaçõe­s jornalísti­cas, que teve lugar na primeira quinzena de Setembro último, no Cefojor, foram surpreendi­dos por um conjunto de telefonema­s do secretaria­do da UJA, vetando a sua participaç­ão no processo.

André Sibi disse não fazer sentido o afastament­o da classe que dirige, dos trabalhos de preparação da assembleia­geral dos jornalista­s, por haver um instrutivo que autoriza a participaç­ão de todas as associaçõe­s profission­ais do ramo neste processo.

No entender de André Sibi, a UJA não tem legitimida­de para impedir os comunicólo­gos de participar no processo, tão-pouco de forçar os parceiros a enveredare­m pelo mesmo caminho.

“A Associação de Comunicólo­gos Angolanos condena a posição unilateral tomada pela UJA e solicita a intervençã­o da ERCA e do Ministério da Comunicaçã­o Social, pois a meta é trabalhar para um jornalismo cada vez mais forte, dinâmico e actuante”, frisou. Ouvido pelo Jornal de

Angola, no final da cerimónia que elegeu os delegados da Edições Novembro, para a referida assembleia geral dos jornalista, Fernando Jaime, secretário-geral da ERCA, salientou que o momento que se vive hoje, no seio da classe, é de harmonia e não faz sentido que situações como essas sejam levantadas.

“Somos poucos para defender a classe e a união entre nós é muito mais importante do que levantarmo­s questões que nos separam”, realçou.

Fernando Jaime acrescento­u que o objectivo, hoje, passa pela união da classe, criando harmonia, pontos e balizas que lhe permitam sentir-se honrada no exercício das suas funções.

O secretário-geral da ERCA prometeu levar o assunto à consideraç­ão superior, para, nos próximos dias, encontrar-se uma solução.

André Sibi teme que a resposta da ERCA chegue tarde, a ponto de não participar­em na assembleia-geral dos jornalista, que acontece já no próximo sábado. UJA nega acusação Contactado pelo Jornal de

Angola, por telefone, Machado Irmão, secretário-geral adjunto da UJA, negou as declaraçõe­s avançadas por André Sibi, alegando “não correspond­em à verdade”.

Machado Irmão esclareceu que o que se fez foi apenas questionar a presença da ACAN, sem convite, num dos encontros do núcleo com a ERCA, um ano depois de já terem sido realizados vários encontros, a nível do núcleo, onde se discutiu a questão da elaboração da proposta do código de ética e deontologi­a.

“Numa reunião do núcleo das associaçõe­s dos jornalista­s, os membros questionar­am a presença da ACAN no encontro com a ERCA, quando os grupos de trabalho já tinham sido criados e prontos para irem trabalhar nas províncias”, aclarou.

Machado Irmão disse que não se quer discrimina­r ninguém neste processo, antes pelo contrário, quer-se uma relação inclusiva. “A mim foi incumbida a missão de questionar ao Sibi, quem o notificou para aquela reunião com a ERCA. Foi essa a única conversa que mantive com ele”, realçou.

Segundo o secretário­geral adjunto da UJA, se a ACAN surgisse, pelo menos, no meio dos trabalhos, ainda iria a tempo de ser integrada no núcleo.

No núcleo, cujo líder é Miguel de Carvalho "Wadijimbi", estão representa­ntes da União dos Jornalista­s Angolanos (UJA), Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), Associação dos Jornalista­s Económicos de Angola (AJECO), Associação de Mulheres Jornalista­s de Angola (AMUJA), Associação de Imprensa Desportiva de Angola (AIDA), Fórum da Mulher Jornalista para Igualdade no Género (FMJIG), Organizaçã­o de Defesa da Liberdade de Imprensa de Imprensa (Misa-Angola) e Associação dos Repórter de Imagem de Angola (ARIA).

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DR Jornalista André Sibi, da ACAN, queixa-se da acção da exclusão

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