Menongue elevado à categoria de cidade há 58 anos
A cidade de Menongue deve o seu nome ao rei Mwene Vunongue, o soberano do povo Nganguela que se destacou na luta contra o colonialismo e morto numa briga com um comerciante português de nome António de Almeida. A sua estátua, erguida no largo que leva o seu nome, à entrada da cidade, dá as boas vindas a todos aqueles que visitam a capital do Cuando Cubango
O município de Menongue, sede da província do Cuando Cubango, completou ontem 58 anos de existência, desde que foi elevada a categoria de cidade, a 21 de Outubro de 1961.
Através do diploma legislativo ministerial número 51 da administração portuguesa, era criado o Distrito do Cuando Cubango, em 1961. Até 1975, a capital do Cuando Cubango chamava-se vila de Serpa Pinto, em homenagem ao explorador português. Depois da conquista da Independência Nacional, passou a designar-se Menongue, em homenagem ao rei Mwene Vunongue, o soberano do povo Nganguela que se destacou na luta contra o colonialismo e morto numa briga com um comerciante português de nome António de Almeida.
A construção da estátua do rei Mwene Vunongue no largo com o mesmo nome, logo à entrada da cidade, transformou o local numa das principais atracções turísticas de Menongue.
O 58º aniversário está a ser comemorado sob o lema “Unidos na construção de um Menongue melhor”. O administrador municipal, Júlio Vidigal, reconhece serem grandes os desafios para colocar Menongue à altura do seu estatuto de capital da província do Cuando Cubango, mas sublinha que a cidade cresceu do ponto de vista demográfico e de infra-estruturas socioeconómicas.
Em 1975, referiu, Menongue tinha cerca de 100 mil habitantes. Hoje, acrescentou, de acordo com os dados definitivos do Censo Geral da População e Habitação, realizado em 2014, possui 320.914 habitantes.
Já em termos de infraestruturas, disse que o município ganhou mais de 100 escolas e 40 unidades de saúde, com destaque para o Hospital Geral do Cuando Cubango, com capacidade de 200 camas para internamento, e devidamente apetrechado com equipamentos modernos.
Júlio Vidigal realçou ainda a construção e reabilitação de pontes e asfaltagem das vias que ligam a cidade de Menongue às comunas do Missombo e Caiundo e aos municípios do Cuchi e Cuito Cuanavale, o que tem permitido melhorias na circulação de pessoas e mercadorias.
O administrador municipal aponta também como grandes ganhos a construção da central de captação de água potável com capacidade para bombear 11 mil metros cúbicos por dia, das centrais térmicas do Kwebe, com 50 megawatts, e de Menongue, com dez megawatts, a abertura da Universidade Cuito Cuanavale e do Instituto Superior Politécnico de Menongue.
“Nestes 58 anos, tivemos igualmente a oportunidade de ganhar o aeroporto Comandante Kwenha completamente modernizado, o Palácio da Justiça, o projecto habitacional do bairro Tucuve e Social da Juventude e a retomada da circulação do Comboio do Caminho-de-Ferro de Moçâmedes (CFM), após mais de 30 anos de paralisação”, disse.
Para Júlio Vidigal, esses ganhos deixam os seus habitantes orgulhosos, embora reconheça há ainda muito a fazer nos domínios da educação, saúde, habitação, energia e água, vias de acesso e saneamento básico.
“Os desafios pela frente ainda são enormes, mas tam
bém há muitas coisas boas feitas a nível do nosso município”, disse, apelando a calma aos munícipes de Menongue e a depositar confiança na Administração Municipal, que, à medida que for recebendo os recursos financeiros e no quadro da gestão transparente e participativa, promete ouvir a população para definir as principais prioridades a serem resolvidas com urgência no município.
Munícipes auguram por dias melhores
Filho de Menongue, Benjamim Cambinda tem viajado um pouco por todo país e nota que, em relação a outras cidades como Luanda, Huambo, Cuito e Lubango, Menongue é ainda uma “criança” em termos de crescimento e desenvolvimento. “Mas estamos no bom caminho”, afirma.
Cambinda exortou as autoridades locais a apostarem no empreendedorismo e a trabalharem com rigor em relação as finanças públicas, para facilitar a conclusão de diversos projectos sociais paralisados há muito tempo. “Vamos aguardar pelo PIIM”, referiu.
Maurício Sequesseque é natural da província do Huambo e vive há 10 anos na cidade de Menongue. Quando aqui assentou arraiais, conta, já havia sinais evidentes de progresso, com destaque para a livre circulação de pessoas e mercadorias.
“O número de infra-estruturas sociais, como hospitais, escolas, água potável, energia eléctrica, habitação, estradas, entre outros serviços, apesar de não ser ainda o desejado, aumentou significativamente. Acreditamos que com a execução do PIIM, algumas lacunas poderão ser ultrapassadas”, disse.
Natural da província da Huíla, o professor universitário Manuel Kamuenho Alberto defende uma forte aposta na agro-pecuária e no turismo, onde Menongue dispõe de enormes potencialidades. “As receitas destes dois sectores podem tirar o município da letargia em que se encontra”, disse, acrescentando que escassez de espaços de lazer, falta de restaurantes com serviços de qualidade e um fraco investimento na agricultura que poderia ajudar alavancar a economia local e a combater as assimetrias.
O administrador municipal aponta também como grandes ganhos a construção da central de captação de água potável com capacidade para bombear 11 mil metros cúbicos por dia, das centrais térmicas do Kwebe, com 50 megawatts, e de Menongue, com dez megawatts, a abertura da Universidade Cuito Cuanavale e do Instituto Superior Politécnico de Menongue