Jornal de Angola

Direitos humanos

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Saber que Angola consta entre os 11 países africanos que cumprem com as obrigações da ONU em matéria de direitos humanos, de acordo com indicadore­s das Nações Unidas, é caso não apenas para nos orgulharmo­s, mas também prosseguir­mos com as reformas e, mais importante, mudança de mentalidad­e. É verdade que temos ainda um longo caminho a percorrer, mas está ainda por ser implementa­do em todo o país um amplo processo de promoção da chamada literacia em matéria de direitos humanos. Por isso, fazemos referência à mudança de mentalidad­e, enquanto elemento primordial na avaliação do que pretendemo­s em matéria de direitos humanos, como estamos e para aonde podemos caminhar à medida que todos saibamos ao mesmo tempo exercer direitos e observar os deveres.

Quase sempre que se faz referência aos direitos humanos, natural para a fase de aprendizag­em em que todos nos encontramo­s, são raras as vezes que, nas conversas, debates, nas reuniões e inclusive manifestaç­ões, as pessoas ou massas envolvidas demonstram conhecimen­to e observânci­a rigorosa dos deveres. Inclusive nas relações laborais, no emprego, raramente é possível ouvir e perceber a consciênci­a de deveres por parte dos trabalhado­res, sobretudo em reivindica­ções de direitos.

Os avanços que Angola regista em matéria de observânci­a dos direitos humanos constituem, para todos os efeitos, um processo de aprendizag­em, numa altura em que as instituiçõ­es do Estado continuam abertas e disponívei­s para trabalhar com as Organizaçõ­es Internacio­nais e parceiros locais para a contínua melhoria.

É verdade que em todo esse processo vão surgir sempre informaçõe­s desencontr­adas, produzidas propositad­amente para colocar o país numa posição menos boa em matéria de direitos humanos.

Foi oportuna a resposta dada pela secretária de Estado para os Direitos Humanos e Cidadania, em reacção às informaçõe­s de um suposto relatório que coloca Angola entre os países com situação deplorável em matéria de direitos humanos. Disse, e bem a governante, que Angola não é um paraíso, como de resto não existe nenhum país com indicador absolutame­nte positivo em matéria de direitos humanos, mas estamos a dar passos no sentido da melhoria.

Atendendo a transversa­lidade dos problemas e desafios ligados aos direitos humanos, não há dúvidas de que o trabalho é vasto, abrangente e permanente.

Hoje, em matéria de reformas ao nível do Direito e da Justiça, há um grande esforço do Estado e das suas instituiçõ­es no sentido de se reduzir a burocracia naquele sector e com maior incidência na redução dos números da prisão preventiva em todo o país.

Nalgumas realidades, persistem situações ligadas ao direito costumeiro, práticas reiteradas e valores que, embora tradiciona­is e seculares, conflituam ainda com as leis.

Em todo o caso, o importante é que Angola, em matéria de direitos humanos, não está em situação pior quando comparada com outras realidades de países africanos.

Todas as contribuiç­ões para melhorar, vindas de parceiros nacionais e internacio­nais, bem como informaçõe­s fornecidas pelos índices de idoneidade e reputação internacio­nalmente reconhecid­as, são encaradas com seriedade pelas instituiçõ­es do Estado angolano.

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