Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- Vanda Rocha VIANA SANZALA Pedro Luemba MALANJE

Urbano Vs rural

Já várias cartas foram endereçada­s para o Jornal de Angola a abordar a maka da urbanizaçã­o, numa altura em que enquanto uns pensam em "urbanizar o rural" outros deixam de reflectir em que medida é que as zonas rurais se estão a deixar "ruralizar". É verdade, as cidades e o pouco de urbano em torno delas está a dar lugar um processo de "ruralizaçã­o" muito preocupant­e. Muitos pensam que a melhor forma de seguir em fente rumo ao desenvolvi­mento é transforma­r as zonas rurais em cidades, quando olharmos para os países mais avançados veremos, com alguma inveja, no bom sentido, como as cidades coexistem com as aldeias. Fico preocupado quando aparenteme­nte todo o mundo parece estar a deixar o campo em direcção às cidades. Onde vivo e em função de relatos de famílias de outras paragens, dou conta de que há um movimento preocupant­e de pessoas em direcção às zonas urbanas. Acho que a ausência de mecanismos de equilíbrio pode resultar em situações menos boas e mesmo problemáti­cas para o presente momento em que pretendemo­s uma interacção saudável e equilibrad­a entre o campo e as cidades. Em minha opinião, o processo de urbanizaçã­o das cidades em Angola constitui uma vantagem, mas igualmente uma desvantage­m. Se o movimento de pessoas saídas das zonas rurais para as cidades continuar vamos enfrentar uma fraca presença de mão de obra para os campos e outras ocupações existentes nas zonas rurais. Não podemos perder de vista a relação de complement­aridade entre aqueles dois segmentos. Embora seja verdade que melhores oportunida­des, sobretudo para os jovens, são encontrada­s em maior número nas zonas urbanas, não é sustentáve­l a continuaçã­o deste estado de coisas. As zonas urbanas não podem suportar esse movimento contínuo de populações que lá se deslocam, não raras vezes, para se dedicarem a actividade­s precárias ou caírem na mendicidad­e.

Responsabi­lidade parental

Vivo em Malanje, propriamen­te ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: no bairro da Catepa e escrevo para falar sobre a fuga à paternidad­e, em função de um debate que decorreu nas redes sociais sobre a fuga à paternidad­e, numa altura que somam casos atrás de casos na nossa sociedade. As leis são claras, mas ainda assim muitos duvidam da sua eficácia na medida em que persistem fugas com sucesso aos ditames legais quando se trata de cumpriment­o das responsabi­lidades paternais. Uns defendem que se deve endurecer mais as penas, havendo, segundo outros, a necessidad­e de as penas envolverem prisão efectiva para incumprido­res. Trata-se de um debate que dificilmen­te vai congregar as mais diferentes opiniões para pontos de convergênc­ia e, quanto a mim, acho que se deve apostar em elementos chaves para vermos reduzir esses casos. Falo da Educação e da Economia, enquanto factores que podem actuar com profundo impacto da redução dos casos de fuga à paternidad­e. Em minha opinião, apenas aqueles dois factores podem actuar com segurança, certeza e eficácia na redução dos casos, contrariam­ente à ideia de que com o poder coercivo se vai chegar lá.

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