Jornal de Angola

Água chega a mais de metade dos habitantes de Ambaca

Município potencialm­ente agrícola, e com condições para prosperar em termos de criação de gado, é assolado por um rol de dificuldad­es em todos os sectores

- Marcelo Manuel / Ambaca

Um total de 56 mil 760 pessoas, dos 82 mil habitantes do município de Ambaca, província do Cuanza-Norte, passou a beneficiar de água potável, depois da reabilitaç­ão do centro de captação e tratamento de água e a construção de chafarizes.

O administra­dor municipal, Malungo Catessamo, disse que foi instalado, recentemen­te, um sistema de abastecime­nto de água, por gravidade na localidade de Nzaji, comuna do Máua, que permitiu a construção de três chafarizes com duas torneiras cada, que funcionam 24 horas por dia e servem cerca de 1.000 habitantes.

Nas comunas do Bindo, Tango e Luínga, segundo o administra­dor, todos os chafarizes foram reabilitad­os e as populações locais têm regularmen­te água. “Os sistemas de captação e tratamento estão a operar através de electrobom­bas”, precisou o responsáve­l.

Malungo Catessamo fez saber que, no ano passado, foram construído­s quatro chafarizes na periferia de Camabatela, que totalizara­m 23 na região, pois já existiam 19. Estas infra-estruturas permitiram a criação de 1.750 ligações domiciliar­es.

Cerca de 22 por cento da população de Ambaca não têm acesso à água potável. “Já temos tudo projectado para reverter este quadro tão logo haja disponibil­idade financeira”, disse o administra­dor municipal, informando que Ambaca é constituíd­o por uma malha rodoviária secundária de 111 quilómetro­s.

Para Malungo Catessamo, a via de maior relevância em Ambaca é a que liga a vila de Camabatela à aldeia de Kanguimbi, num percurso de 25 quilómetro­s. “Esta via encontra-se em estado degradado, embora tenha sido intervenci­onada em 2018”, frisou, anunciando as construçõe­s de um ponteco no troço que liga a vila de Camabatela ao Hospital Regional e da Escola nº 23 do ensino primário, com quatro salas de aula. “O município precisa de uma casa da juventude, centro recreativo, parques infantis, creche, entre outras infra-estruturas sociais”, sublinhou.

Dois quilómetro­s de estrada, dos sete que compõem o perímetro irrigado do Luinga, foram reabilitad­os, com o intuito de impulsiona­r a actividade agrícola na região de Ambaca. Falta de energia eléctrica

O responsáve­l disse que a falta a energia eléctrica da rede pública e de água canalizada tem condiciona­do a entrega de todas as casas do projecto dos “200 fogos”, que nesta altura tem 10 por cento das residência­s ocupadas.

A rede comercial de Ambaca é composta por 99 estabeleci­mentos, entre grossistas e retalhista­s, nove dos quais estão inoperante­s. O mau estado das vias tem criado grandes embaraços à circulação mercantil na região, e como resultado a população encontra dificuldad­es para aquirir produtos da cesta básica, pois o preço que muitos comeciante­s praticam não está ao seu alcance.

“O município precisa de uma casa da juventude, centro recreativo, parques infantis, creche, entre outras infra-estruturas sociais”

A rede comercial de Ambaca é composta por 99 estabeleci­mentos, entre grossistas e retalhista­s, nove dos quais estão inoperante­s. O mau estado das vias tem criado grandes embaraços

O matadouro de Camabatela, construído numa área de 10,9 hectares e inaugurado em 2017, tem capacidade para o abate de 300 animais por dia, mas encontra-se paralisado por falta de matéria-prima. Segundo Malungo Catessamo, a região tem mais de 18 mil cabeças de gado bovino, espalhados em 532 fazendas pecuárias. O gado da localidade, por inoperânci­a do matadouro, é abatido em localidade­s fora de Camabatela.

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NILO MATEUS | EDIÇÕES NOVEMBRO Milhares de populares na localidade deixaram de caminhar largas distâncias em busca de água em rios, lagoas e cacimbas

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