Segunda fase do PAT pode arrancar em 2022
Programa deve atingir o triplo de abrangência em relação à primeira fase, em termos financeiros e de área de cobertura
A segunda fase do Projecto Aprendizagem para Todos (PAT), lançado em 2016, para melhorar os conhecimentos e as competências dos professores, pode arrancar em 2022, revelou ontem, em Luanda, o gestor do programa, Isaac Paxe.
Falando à imprensa, à margem do lançamento da primeira etapa do novo ciclo de formação contínua de formadores, supervisores de magistérios e coordenadores provinciais, no âmbito dessa iniciativa, Isaac Paxe disse já terem começado a trabalhar no processo do PAT 2.
O também director-geral do Instituto de Formação de Quadros, do Ministério da Educação, garantiu que a segunda fase do PAT vai atingir o triplo de abrangência em relação à primeira, quer em termos financeiros, quer em área de cobertura.
Isaac Paxe acrescentou que, ao contrário da primeira fase, que incidiu mais sobre o ensino primário, a segunda vai privilegiar o ensino préescolar, primário, I ciclo, bem como a formação de gestores escolares, criação de um sistema de produção e estatística, que passará a informar as práticas do MED em relação à tomada de decisões políticas.
“Neste momento, estamos a trabalhar no desenho do PAT 2, para arrancar, provavelmente, em 2022”, frisou.
Sem avançar números, o gestor do PAT divulgou que a segunda fase do projecto poderá contar com um financiamento três ou quatro vezes maior do que o actual, que está orçado em 70 milhões de dólares.
“A grande novidade é que temos previsto, para o mandato, a constituição de uma rede permanente de capacitação de professores”, salientou.
Isaac Paxe sublinhou que os quadros que estão a beneficiar dessas formações são os mesmos que vão, depois, localmente e em cada município, formar os formadores que vão garantir, de forma permanente, a formação e capacitação dos professores.
O projecto, prosseguiu, visa melhorar a performance das escolas, de modo a garantir um melhor aprendizado aos estudantes.
O secretário de Estado para o Ensino Técnico Profissional, Jesus Joaquim Baptista, que presidiu ao acto de abertura da actividade, referiu que o Executivo angolano está fortemente empenhado em melhorar o sistema educativo do país.
Disse que o actual quadro exige dos professores níveis crescentes de competência e profissionalismo, o que implica uma aposta séria na formação, que auxilie os professores a descobrir as suas práticas, sobretudo as inovadoras.
O novo ciclo de formação, que arrancou ontem e vai até 3 de Novembro, deve cingir-se apenas às disciplinas de Matemática e Língua Portuguesa.
Isaac Paxe explicou que foram seleccionadas apenas estas duas disciplinas por serem determinantes na performance e desenvolvimento de competências do aluno em outras disciplinas.
Estão a participar na formação 137 professores, em representação das 18 províncias do país.
O objectivo é expandir a formação a 18 mil novos professores das Zonas de Influência Pedagógica (ZIP), não abrangidos no primeiro ciclo de formação contínua, 134 formadores das escolas de magistério e 669 formadores das ZIP.
A formação vai ser ministrada pela Fundação Calouste Gulbenkian, Escola Superior Pedagógica de Setúbal (Portugal) e supervisionada pela direcção do Ministério da Educação.
O actual quadro exige dos professores níveis crescentes de competência, o que implica uma aposta séria na formação, que os auxilie a descobrir práticas inovadoras