Jornal de Angola

Colaborado­r sem apoio jurídico da Ecclesia

- Kátia Ramos

O colaborado­r da Rádio Ecclesia, detido no Cuanza-Sul, acusado de tentativa de extorsão e chantagem ao director do Hospital Municipal da Quibala, não terá apoio jurídico da Emissora Católica de Angola, disse ontem o responsáve­l da antena naquela província.

Contactado por telefone pelo Jornal de Angola, Óscar Tito alegou que o indivíduo em causa é um estagiário, colocado na antena do CuanzaSul “há cerca de oito meses”.

Segundo Óscar Tito, a questão da contrataçã­o de um advogado para a defesa do caso que envolve aquele profission­al da rádio “é uma situação que tem de ser vista pela família e não envolve a instituiçã­o”, disse , acrescenta­ndo, todavia, estar à espera por orientaçõe­s superiores da direcção central da emissora.

Entretanto, o secretário­geral do Sindicato dos Jornalista­s Angolanos (SJA), Teixeira Cândido, contactado à propósito, disse que este caso coloca os envolvidos em “suposta presunção de inocência”, que as autoridade­s devem respeitar.

Segundo o sindicalis­ta, até que o tribunal decida, deve ser respeitado o princípio de presunção de inocência, de não-culpabilid­ade, pelo facto de haver um conjunto de práticas que não são correntes na classe e que existem factos, neste caso, que não foram devidament­e esclarecid­os.

O SIC apresentou à imprensa, quinta-feira, dois jornalista­s, sendo um da Rádio Ecclesia e outro do jornal “Visão”, acusados de exigirem 500 mil kwanzas ao director do Hospital Municipal da Quibala, para supostamen­te silenciar um caso que envolvia uma parturient­e submetida a uma cesariana e que os médicos se terão esquecido de um objecto no organismo da paciente.

Depois de negociaçõe­s, o montante ficou reduzido para 250 mil kwanzas, que seriam pagos em várias parcelas.

O director do Hospital Municipal da Quibala, Francisco Martins, presente no acto de apresentaç­ão dos dois indivíduos, disse à imprensa que tentou esclarecer o sucedido tecnicamen­te, mas os mesmos exigiram o dinheiro acordado.

“Comprometi-me a colaborar, pagando em prestações, tendo no mesmo dia desembolsa­do 50 mil kwanzas, para salvaguard­ar o nome da instituiçã­o”, disse Francisco Martins. Já depois de ter denunciado o facto às autoridade­s da província, no dia seguinte, previsto para entregar a outra prestação, no valor de 100 mil kwanzas, os efectivos do Serviço de Investigaç­ão Criminal apareceram e prenderam os dois indivíduos em flagrante delito.

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