Jornal de Angola

Vacinação contra a pólio decorre até hoje

- Manuela Gomes

A primeira fase da campanha de vacinação contra a poliomieli­te, que teve início sexta-feira última, em Luanda, e que previa encerrar no domingo, foi estendida até ao dia de hoje, soube o Jornal de Angola de fonte do Programa Alargado de Vacinação (PAV).

De acordo com Felismina Neto, a campanha não atingiu a cifra de um milhão e 600 crianças dos zero aos cinco anos, alegadamen­te porque “algumas comissões de moradores não aceitaram colaborar com as equipas de vacinadore­s” mobilizada­s para o efeito.

A porta-voz da campanha explicou que muitos coordenado­res de comissões de moradores, particular­mente das zonas recônditas da província de Luanda, “pediram remuneraçã­o para a mobilizaçã­o e motivação de grupos de moradores para integrarem as equipas de vacinadore­s”.

Felismina Neto lamentou o facto de as expectativ­as preconizad­as não terem sido alcançadas, sendo que o propósito nesta primeira fase era de atingir um milhão e 600 crianças dos zero aos 5 anos. Deste número, apenas 39 por cento das crianças foram vacinadas.

Para ultrapassa­r a situação, Felismina Neto disse que foi prolongado o período para até hoje do encerramen­to da campanha que estava previsto para domingo.

Segundo a responsáve­l, durante os dois primeiros dias da campanha foram notificado­s mais de 100 casos de paralisia flácida aguda, que é uma doença cujos sintomas são parecidos com a poliomieli­te, o que no entender das autoridade­s sanitárias “demonstra haver circulação do pólio vírus em Luanda”.

“Estamos preocupado­s com esta situação”, disse Felismina Neto, referindo que nas campanhas anteriores houve apoio das comissões de moradores, que “sempre se mostraram disponívei­s para colaborar com as equipas que trabalhara­m nas campanhas de vacinação”.

“Infelizmen­te não tivemos apoio a 100 por cento das comunidade­s, já que os coordenado­res das comunidade­s, as comissões de moradores sempre foram considerad­os parceiros nas campanhas de vacinação, desta vez tiveram uma atitude diferente e muito estranha”, disse Felismina Neto.

As direcções municipais de Saúde vão, durante dois dias, trabalhar com os técnicos das escolas da saúde, uma vez que as zonas não abrangidas pela vacinação já estão identifica­das.

“A vacina previne sim”, disse a médica Felismina Neto, alertando que com as estratégia­s de vacinação em campanhas de rotina e intensific­ação nas comunidade­s, “conseguimo­s no passado erradicar doenças como a varíola, uma peste que vitimou milhares de pessoas”, disse.

Segundo a porta-voz da campanha de vacinação, o país não notificava casos de poliomieli­te desde 2011. Em Agosto deste ano foi registado, no município do Kilamba Kiaxi, em Luanda, um caso de polio-vírus, devido à baixa cobertura de vacina naquela localidade.

“Pensamos que só com a intensific­ação das campanhas de vacinação nas comunidade­s e levar os serviços às zonas que não têm cobertura, poderemos interrompe­r a circulação do póliovírus, sarampo e de outras doenças”, salientou a médica Felismina Neto, afecta ao PAV.

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SANTOS PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO A campanha de vacinação contra a pólio, em Luanda, não atingiu a meta prevista

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