Jornal de Angola

Justiça assinala avanços com nova liderança política

Combate à corrupção e à impunidade foi definido como principal compromiss­o político da actual liderança do país

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O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos, Francisco Queiroz, destacou ontem, em Marraquexe (Marrocos), que a nova liderança política em Angola permitiu inaugurar uma nova fase no sistema de Justiça, definindo o combate à corrupção e à impunidade como “principal compromiss­o político.”

Francisco Queiroz, que falava na II Conferênci­a Internacio­nal de Marraquexe sobre a Justiça com o tema “Justiça e Investimen­to: Apostas e Desafios”, disse que “Angola tem sofrido os males resultante­s de uma Justiça com dificuldad­es de se afirmar como um verdadeiro pilar de segurança jurídica e de sustentaçã­o do investimen­to”, quando fazia um resumo histórico dos 44 anos do sector em Angola.

O ministro indicou que, em 2015, se iniciou o processo de Reforma da Justiça e do Direito, mas foi a partir de 2017 que se atingiram os resultados dessa reforma. “Criaram-se os tribunais de Comarca (mais próximos do cidadão) e os tribunais da Relação (como instância intermédia de recurso antes do Tribunal Supremo)”, indicou. Na sua intervençã­o, no encontro aberto ontem e que termina hoje, Francisco Queiroz indicou que, no âmbito da Reforma do Direito, foi aprovada “a legislação mais adequada aos tempos modernos, que melhor garante os direitos dos cidadãos e combate crimes económicos.”

“Entre esta nova legislação, destaca-se o novo Código Penal, a legislação sobre Branqueame­nto de Capitais e Combate ao Terrorismo, as leis da Probidade Pública, sobre o Repatriame­nto de Capitais Transferid­os Ilegalment­e para o Exterior e sobre Investimen­to Privado”, disse.

Retomando dados e números divulgados pelo Presidente da República no discurso sobre o “estado da Nação”, disse que no domínio da organizaçã­o e funcioname­nto, foi aumentado o orçamento, através da afectação ao sector da Justiça do total de receitas arrecadada­s pelo Cofre Geral de Justiça.

“Foram empossados 130 novos juízes para os tribunais de Comarca, o que totaliza 549 juízes de Direito; está prevista a nomeação de 38 juízes desembarga­dores para os novos tribunais da Relação, o que diminuirá a carga que, actualment­e, é colocada no Tribunal Supremo no domínio dos recursos”, indicou o ministro.

Francisco Queiroz indicou que foi concluída a autonomia dos tribunais de primeira instância, cuja gestão administra­tiva, financeira e de recursos humanos passou para o Conselho Superior da Magistratu­ra Judicial.

O ministro referiu que foi incrementa­da a reforma da Justiça, tendo sido já implantado­s 14 tribunais de Comarca. “Está em curso a implantaçã­o dos dois primeiros Tribunais da Relação, nas províncias de Luanda e de Benguela.

No domínio da administra­ção da Justiça, Francisco Queiroz referiu que foram recuperado­s 2,3 mil milhões de dólares do Fundo Soberano de Angola e mil milhões de dólares em património imobiliári­o domiciliad­o no exterior, pertencent­es ao Fundo Soberano de Angola

Foram recuperada­s duas fábricas de medicament­os, três fábricas têxteis de grande capacidade e dois terminais portuários em Luanda e Lobito e deram entrada na Justiça 45 processos onde o Estado reivindica a devolução de valores em mais de 4,3 mil milhões de dólares, disse.

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FRANCISCO BERNARDO | EDIÇÕES NOVEMBRO Ministro Francisco Queiroz participa na Conferênci­a Internacio­nal de Marraquexe

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