Jornal de Angola

Habitantes lançam batatas contra militares dos EUA

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Habitantes de Qamishli, uma cidade dominada pelos curdos no nordeste da Síria, arremessar­am batatas a militares norteameri­canos que atravessar­am a localidade, aparenteme­nte em retirada do país, mostra um vídeo divulgado ontem por uma agência de notícias curda.

O vídeo mostra um comboio de veículos blindados a atravessar Qamishli e moradores furiosos a atirarem batatas aos veículos, gritando “América não” e “América mentirosa” em inglês. Os curdos consideram terem sido abandonado­s pelos norte-americanos, seus aliados no combate aos ‘jihadistas’ do grupo Estado Islâmico.

A maioria das tropas norteameri­canas na Síria está a retirar do país, insistindo o Presidente norte-americano, Donald Trump, que quer fazer regressar aos Estados Unidos os soldados em “guerras sem fim” no Médio Oriente. Uma primeira retirada, dos soldados junto à fronteira turca, ocorreu a 7 deste mês após um anúncio de Trump nesse sentido, que abriu caminho à ofensiva de Ancara contra a milícia curda das Unidades de Protecção Popular (YPG), lançada dois dias depois.

No dia 13, os Estados Unidos anunciaram a retirada de cerca de 1.000 militares destacados no norte e no leste da Síria.

As YPG, considerad­as terrorista­s pela Turquia, dominam as Forças Democrátic­as Sírias (FDS), essenciais na luta contra os ‘jihadistas’, com o apoio da coligação internacio­nal dirigida por Washington. No domingo, o secretário da Defesa norteameri­cano, Mark Esper, disse que as tropas que deixam a Síria irão para a zona oeste do vizinho Iraque. Esper não descartou a hipótese de as forças norteameri­canas realizarem missões de contra-terrorismo na Síria a partir do Iraque, adiantando que tal será decidido a seu tempo. O chefe do Pentágono disse ontem que as tropas devem ficar perto dos campos petrolífer­os do leste da Síria durante a retirada, que levará semanas. Testemunha­s disseram à agência France Press que soldados dos Estados Unidos, vindos da Síria, atravessar­am a fronteira com o Curdistão iraquiano, no posto fronteiriç­o de Fichkhabur.

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