Samakuva diz haver liberdade de expressão
O presidente da UNITA, Isaías Samakuva, reconheceu, quartafeira, em Luanda, que há mais abertura e mais liberdade de expressão no país.
Ao apresentar a “posição da UNITA sobre o estado da Nação”, o líder do maior partido da oposição considerou que a liberdade de expressão está bem, mas defendeu que é preciso melhorar.
“As medidas para abrir e arejar mais ainda os órgãos de comunicação social poderão incluir acabar com o privilégio concedido ao partido que governa para impor a censura não escrita, eliminar o Ministério da Comunicação Social, promover e apoiar os esforços da classe jornalística para a autoregulação, bem como a melhoria geral da qualidade do serviço público de comunicação social”, sugeriu Samakuva.
No seu discurso, o líder da UNITA referiu-se, igualmente, à situação económica e social no país. “Tudo indica que a crise vai agudizar-se porque não se fiscaliza a execução orçamental do Executivo, não se alterou a cultura dos dispêndios, não se melhorou a qualidade da despesa pública e o país continua a endividarse sem parar, sendo que a dívida pública atingiu já o equivalente a 90% do Produto Interno Bruto”, previu.
Na óptica de Isaías Samakuva, a crise económica e financeira que o país atravessa só será ultrapassada a médio prazo se, a partir de agora, o Presidente da República se afastar decididamente daquilo a que político chamou de “oligarquia que capturou o Estado” e passar a governar para a cidadania, com vista a alcançar os quatro objectivos a que se referiu na sua mensagem sobre o estado da Nação, no dia 15 deste mês, no Parlamento.
Tais objectivos são consolidar um verdadeiro Estado de Direito em Angola, alterar a estrutura económica, efectuar mudanças estruturais profundas e alterar, profundamente, o paradigma de governação.
Para Samakuva, a luta que se trava hoje no país não é apenas a luta contra a pobreza, corrupção ou o desemprego. “A luta principal que se trava hoje em Angola, é entre os patriotas, os que amam verdadeiramente o país como sua única Pátria e os que roubaram Angola e não querem saber do sofrimento que causaram ao povo. É a luta entre a probidade e a corrupção. Entre a democracia e a oligarquia, entre a responsabilização e a impunidade. Entre a unidade nacional e a divisão artificial dos angolanos. Entre a igualdade de oportunidades para todos e a manutenção de privilégios para uns poucos”, considerou o líder do maior partido da oposição.