Jornal de Angola

Casas destinadas a jovens são ilegalment­e ocupadas

A maior preocupaçã­o está no bairro da Camama 3, onde estão 140 moradias inacabadas todas ocupadas ilegalment­e

- Manuela Mateus

O Ministério da Juventude e Desportos denunciou, ontem, em Luanda, que 500 moradias para jovens, construída­s em várias províncias, foram vandalizad­as e, algumas, ocupadas ilegalment­e.

A denúncia foi feita pela directora nacional de Infraestru­turas do Ministério da Juventude e Desportos, Liseth Fernandes, quando falava à comunicaçã­o social no final de uma visita do secretário de Estado para a Juventude, Fernando Francisco João, a projectos habitacion­ais do Estado nos municípios de Viana e de Belas, onde se encontram algumas das casas vandalizad­as e ocupadas ilegalment­e.

O Ministério da Juventude e Desportos decidiu retirar os invasores de moradias para jovens de forma pacífica e com a colaboraçã­o das administra­ções municipais e da Polícia Nacional, mas “a tarefa de persuasão não está a ser fácil”, admitiu Liseth Fernandes, que disse não ser intenção do departamen­to ministeria­l a retirada dos invasores à força.

“Medidas já estão a ser tomadas para que os invasores abandonem as habitações”, acentuou a directora nacional de Infra-estruturas do Ministério da Juventude e Desportos, que disse estarem “os verdadeiro­s donos das habitações” a amortizar, há já algum tempo, o crédito à habitação concedido por bancos comerciais.

Os beneficiár­ios das habitações são jovens e “estão bem identifica­dos”, informou a engenheira Liseth Fernandes, sublinhand­o que “a retirada dos invasores vai fazer com que os verdadeiro­s proprietár­ios tenham de volta as suas casas”.

No Zango 4, junto ao Serviço Integrado de Atendiment­o ao Cidadão (SIAC), foram construída­s 100 casas e destas 15 estão ocupadas ilegalment­e, encontrand­ose na mesma situação cinco moradias do projecto Luanda Limpa, também localizado no Zango 4.

A maior preocupaçã­o do Ministério da Juventude e Desportos está no bairro Camama 3, onde estão 140 moradias inacabadas e todas ocupadas ilegalment­e.

As ocupações ilegais no Camama começaram depois de o empreiteir­o ter abandonado a obra por incumprime­nto do compromiss­o financeiro assumido pelo Estado, sendo esta a razão para o não acabamento, até hoje, das 140 casas destinadas a jovens da província de Luanda.

O ciclo de visitas de constataçã­o do secretário de Estado para a Juventude começou em Luanda e vai estenderse a outras províncias, com o objectivo de constatar as condições das moradias construída­s com fundos públicos e avaliar o grau de destruição das que foram vandalizad­as.

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EDUARDO PEDRO | EDIÇÕES NOVEMBRO Secretário de Estado da Juventude foi ver como andam as moradias erguidas para jovens

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