Angola e Guiné Equatorial têm programas ambiciosos
Angola e a Guiné Equatorial embarcaram em programas ambiciosos para diversificar as economias, considerou, ontem, o vice-presidente do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) com o pelouro dos Recursos Humanos e Serviços Empresariais.
Em declarações à Lusa, a partir de Abidjan, sede do BAD, Mateus Magala disse que este é o momento para as empresas beneficiarem de condições vantajosas e investirem nos PALOP.
Apontou que há novos instrumentos financeiros desenhados para potenciar a participação do sector privado no desenvolvimento económico destes países - Angola, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique e São Tomé e Príncipe.
“Reformas económicas, uma classe média em forte crescimento e a diversidade regional, num contexto de implementação do acordo sobre o livre comércio em África, estão a tornar os PALOP num ‘hotspot’ para os investidores”, disse Mateus
Magala, vincando que “adicionalmente, os novos instrumentos, como o compacto para o desenvolvimento estão a dar aos investidores e financiadores mais conforto para entrar nestes mercados.”
Além dos “traços comuns”, como a herança e a língua, todos estes países “reconheceram que têm de fazer mais para libertar o potencial do sector privado nos seus países”, para lidarem com os constrangimentos presentes, entre os quais Magala se destaca “a falta de financiamento comportável e as dificuldades na preparação dos projectos.”
Olhando para a realida-de de cada um dos países, o responsável salientou que “Angola e a Guiné Equatorial embarcaram em programas ambiciosos”, ao passo que Moçambique, apesar de receber “investimentos massivos relacionados com o sector do gás natural, reconhece a necessidade de fazer crescer áreas como o agronegócio e a indústria para aumentar o emprego.”
Cabo Verde, continuou, “já é um país de médio rendimento e também está a procurar diversificar a economia, atraindo novos tipos de turistas, ao mesmo tempo que procura potenciar os sectores da pesca e do agronegócio.” São Tomé e Príncipe e GuinéBissau, acrescentou, “procuram investimentos sustentáveis que promovam o crescimento e permitam lidar com a exposição às mudanças climáticas.”
Todos estes países, referiu, “estão determinados em aumentar o comércio, não só entre eles próprios, mas também nas suas regiões, que incluem algumas das maiores economias africanas, e é por isso que estão atentos ao Fórum de Investimento Africano 2019”, que se realiza de 11 a 13 de Novembro na África do Sul.
Salientando a disponibilidade do BAD para ajudar nestas questões, Magala apontou o compacto como um instrumento que deve ser utilizado não só pelos países, mas também pelas empresas que queiram implementar projectos nos PALOP.