Construção representa 6,5% dos empregos
Consultores consideram a falta de competências e tecnologias como penalizadora dos ganhos do sector
O sector da Construção representa 6,5 por cento de todo o emprego disponível no mercado de trabalho e 15,57 do Produto Interno Bruto (PIB), revela um estudo apresentado quarta-feira, em Luanda, pela empresa de consultoria LBC.
O sector da Construção representa 6,5 por cento de todo o emprego disponível no mercado de trabalho e 15,57 por cento do Produto Interno Bruto (PIB), revela um estudo apresentado quarta-feira, em Luanda.
O estudo, produzido pela empresa de consultoria LBC, considera que, apesar da contribuição deste sector para a economia do país, o impacto da produção de matériasprimas minerais e material de construção no PIB e na criação de postos de trabalho ainda é reduzido.
O documento, que analisa a cadeia de valor das matérias-primas minerais e material de construção, indica o facto de as empresas do sector não possuírem competências e tecnologias necessárias, para maximizar o valor acrescentado, como o factor que está na origem da redução do impacto da produção na formação do PIB e na criação de postos de trabalho.
Para alterar esta situação, rejuvenescer o sector extractivo e a produção na indústria de material de construção, o estudo aponta a necessidade de atrair investidores e criar redes de colaboração sustentáveis, assentes em desígnios e benefícios comuns para a cadeia de valor como o primeiro passo desse percurso.
O objectivo do estudo, recomendado pelo Ministério da Economia e Planeamento (MEP), é indicar propostas para, de uma forma mais efectiva, apoiar o desenvolvimento destas cadeias de valor. Como objecto de análise, estão cinco subsectores, nomeadamente dos cimentos e pré-fabricados de betão, as cerâmicas, as rochas ornamentais e as cerâmicas de acabamentos. O consultor da LBC, Honório Campande, um dos responsáveis do estudo, considerou no 4º seminário da Indústria de Materiais de Construção de Angola (AIMCA), na quarta-feira, os cinco subsectores como “muito importantes” para a economia nacional, pelo potencial de criação de postos de trabalho e de exportação, mas referiu um “subaproveitamento” destes recursos.
Angola possui uma capacidade de produção de cimento e clínquer de cerca de 13,7 milhões de toneladas por ano, mas apenas 35 por cento dessa capacidade estão a ser utilizados devido a uma redução da implementação de projectos de construção.
Em termos de perspectivas de crescimento, “não tem sido possível”, por razões de custos e de contexto, às empresas acederem aos mercados internacionais para colocarem o excedente de produção em condições muito competitivas. Mesmo assim, o Governo e as empresas privadas devem fazer umesforçoconjuntoparaalcançar este objectivo, afirmou.
O consultor referiu o sector das rochas ornamentais como o que mais exportou nos últimos anos, representando cerca de 40 por cento do valor total de exportações.
Para Honório Campande, as exportações constituem um passo positivo para o país, mas deplorou o facto de estas exportações terem sido feitas em blocos, “fornecendo à Europa e restantes países africanos matéria-prima bruta, quando deveria ser transformada no país e comercializadas como produto acabado”, com maiores ganhos.