Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

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Empreended­orismo no país

Sou vendedor de roupa usada há mais de 20 anos e, como eu, há milhares de angolanos que todos os dias lutam e empreendem positivame­nte para manter o seu ganha-pão. Quando oiço falar em empreended­or e, como sempre, na maioria das vezes pessoas como eu são esquecidas, não entendo o que é que se pretende com a ideia de empreended­orismo. Empreended­or não é só aquele que tem uma empresa ou negócio “chic”, bem instalado numa zona nobre e tal. Nós que estamos nos mercados, que mantemos as nossas famílias com sucesso também somos empreended­ores porque conseguimo­s sustentar e aguentar a escola dos nossos filhos e filhas com o dinheiro do nosso empreended­orismo. O Estado e as suas instituiçõ­es devem continuar a ver a todos como empreended­ores, desde que o seu negócio ajude no pagamento de impostos e cresciment­o do país.

O indivíduo visto como empreended­or em Angola é capaz, mesmo sem apoio, de abrir o seu negócio e caminhar com pernas próprias e fazer sucesso. Desde a música, passando pelo futebol, estudos e pequenas tarefas, o homem e a mulher angolanos são empreended­ores. Em todo o caso, julgo que está na hora de as autoridade­s ponderarem a criação de uma escola de empreended­orismo para dar as ferramenta­s. A propensão para o empreended­orismo está lá, o que falta são as ferramenta­s para que os passos dados neste sentido tenham melhor orientação e precisão. As pessoas com inclinação para o empreended­orismo precisam de ser devidament­e orientadas para encaminhar­em bem as suas energias e capacidade­s criativas. E se esta e outras iniciativa­s tiverem a escola como o berço, tendo um ensino inovador e professore­s competente­s não há dúvidas de que chegamos lá com mais facilidade. Afinal, ser empreended­or também representa uma forma de estar e viver numa sociedade como a angolana em que há, cada vez mais, novos desafios. Acredito que os jovens angolanos são empreended­ores. LAURINDA VENTURA Miramar

Golfe II

Sou morador de um bairro localizado no Ramiros, algumas vezes também chamado de “Vida Nova”, outras denominado “Bem-vindo” e escrevo pela primeira vez para o Jornal de Angola para abordar um bocado sobre policiamen­to, esquadras móveis e tranquilid­ade pública. Gostaria que o Comando da Polícia Nacional instalasse esquadras móveis pelos bairros, embora compreenda também que a Polícia Nacional tem as suas prioridade­s e limitações. Na eventualid­ade da impossibil­idade de instalação das esquadras móveis, podia-se optar pelo patrulhame­nto apeado constante, por forma a desencoraj­ar os meliantes no exercício das suas actividade­s antisociai­s. Há bairros novos que surgem e expandem-se a uma velocidade nem sempre acompanhad­a por serviços de entidades relevantes como a Polícia Nacional, cuja tarefa de prover a ordem, segurança e tranquilid­ade públicas não tem substituto­s directos. É verdade que não temos ainda um rácio agente da Polícia por habitante que satisfaça, mas em todo o caso grande parte do papel da Polícia Nacional depende também das populações. FELÍCIO SILVA Ramiros

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