Turquia pede extradição do líder das forças curdas
da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, anunciou, ontem, que vai solicitar aos EUA a extradição do dirigente curdo-sírio Mazlum Abdi, comandante das Forças Democráticas da Síria (FDS), aliadas de Washington na luta contra o grupo Estado Islâmico.
“O personagem que se conhece pelo pseudónimo de Mazlum é um terrorista procurado com alerta vermelho. Temos um acordo de extradição com os Estados Unidos. Os EUA têm de entregar esse homem à Turquia”, apelou Erdogan na noite passada, numa entrevista à televisão local.
Ferhat Abdi Sahin, mais conhecido como Mazlum Abdi ou Mazlum Kobani, é membro das milícias curdosírias Unidades de Protecção Popular, principal componente das FDS, aliadas dos Estados Unidos na luta contra o grupo EI na Síria.
Abdi foi o mediador do Governo dos EUA durante essa aliança e manteve contacto com o Presidente Donald Trump, que inclusive reencaminhou a Erdogan uma carta do líder curdo para
O Presidente
propor uma negociação entre Ancara e as FDS durante a ofensiva militar da Turquia no Nordeste da Síria.
Segundo a Turquia, o objectivo da operação militar é forçar a retirada das Forçar Democráticas da Síria de um território de 30 quilómetros na fronteira turco-síria, enquanto os curdos consideram que a ofensiva pretende fazer uma limpeza étnica.
Ancara considera estas milícias como “terroristas” pelas ligações com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).
A imprensa turca indicou que o próprio Abdi pertenceu ao círculo do fundador do PKK, Abdullah Ocalan, também apelidado de “Apo”, quando foi exilado na Síria, actualmente detido na Turquia desde 1999.
Erdogan aludiu à captura e ao sequestro de Ocalan no Quénia em 1999 pelos serviços secretos da Turquia com a ajuda da Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA como um exemplo do que considera uma colaboração correcta contra o terrorismo.