Estudantes analisam situação socioeconómica do Huambo
Durante o encontro foi defendida a participação de todos os membros da sociedade para a saída da crise e melhoria de serviços e das condições sociais da população
A situação socioeconómica do país, no actual contexto, foi debatida e analisada por mais de 100 estudantes da Faculdade de Economia da Universidade José Eduardo dos Santos, na província do Huambo, em acto promovido pela Associação dos Estudantes do Ensino Superior, onde foi reconhecida a necessidade do envolvimento de toda a sociedade para a saída da crise.
Alfredo Bacia Dumbo, presidente da Associação dos Estudantes, considerou a realização desta primeira edição de debates e análise do contexto socioeconómico como um mecanismo que visa trazer à mesa diversos temas que afligem a sociedade e procurar soluções académicas e científicas. “Este encontro não serve somente para analisar os problemas, mas também para apresentar sugestões e opiniões, que visam apontar vias para solucionar alguns problemas que afectam a economia local,” disse.
Os participantes ao debate afirmaram que a actual política do Executivo, no que tange ao desenvolvimento macroeconómico, está no bom caminho, tendo em conta a nova lei do investimento privado estrangeiro, bem como o processo de privatização de mais de una centena e meia de empresas, cujos efeitos, justificaram, não serão em pouco tempo sentidos, por se tratar de políticas de médio e longo prazos.
A debilidade orçamental, a fraca capacidade de controlo, a gestão do Produto Interno Bruto (PIB) e a depreciação dos principais produtos de exportação foram apontados pelos economistas como as principais causas para o actual momento de crise que o país enfrenta.
“É preciso criar mecanismos que visam atrair divisas para alavancar a economia, promover políticas de empréstimos bancários às micros e pequenas empresas, de modo a promover a criação de emprego e auto emprego, para mitigar a proliferação da crise e o desemprego”, avançaram.
O IVA, afirmaram os economistas, é um imposto que tende a reduzir o endividamento da economia angolana, sobretudo em despesa corrente, que vai ajudar a evitar a fraude fiscal, mas “é preciso estar atentos, porque se corre o risco de pagar a dupla tributação, prejudicando, desse modo, o consumidor final.”
Huambo, que é a segunda maior província de Angola, tem um povo que se dedica à terra e à agro-pecuária, aproveitando o solo e os rios que possui. É também considerado como segundo parque industrial do país, com zonas turísticas, caminhode-ferro, que liga Benguela ao Luau, e estradas asfaltadas, interligando mais de cinco províncias, por isso, tem maior possibilidade de atrair investidores, apontaram.
O PIIM, consideraram os economistas, é um programa direccionado para suprir algumas necessidades dos munícipes e melhorar, sobretudo, o tecido social, visando proporcionar as condições necessárias para que se atraia investidores.