Jornal de Angola

Henrique Artes comemora aniversári­o com exibições

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O grupo Henrique Artes exibe, hoje e amanhã, a partir das 20h00, na Liga Africana, em Luanda, os espectácul­os “Don Juan à moda angolana” e “É minha gente… Temos o mesmo cheiro”, ambos da autoria e encenação de Flávio Ferrão, para celebrar o 19º aniversári­o de existência, a assinalar-se no sábado.

“Don Juan à moda angolana” é uma comédia romântica do típico caluandens­e, sobre o quotidiano luandense na qual engatar uma rapariga ou mais é visto como uma arte de um bom caçador, de acordo com a sinopse.

Levada à cena por Adilson Vunge, Suelma Mário, Letícia Vieira Lopes, Indira Contreiras, Leandro Alfredo, Ailton Silvério e Horácio Bopolo, a peça chama a atenção pelos perigos que os galanteios podem trazer na vida de um jovem, pois, nestas horas, o adágio popular cai bem: “quem tudo quer, tudo perde.”

O personagem João é um homem sem papas na língua e, quando o assunto é mulher, ele é um autêntico especialis­ta, uma vez que os recordes no bairro são inacreditá­veis. Ele e o perigo nestes campeonato­s andam de mãos dadas, mas, como sempre, existe um amor de verdade. Será que Don Juan vai acabar perdendo todas ou vai tornar-se num novo homem e ficar apenas com Adelaide? Uma pergunta que só saberá a resposta quem assistir à peça.

O grupo exibe, amanhã, a peça “É minha gente… Temos o mesmo cheiro”, uma sátira social, sobre a realidade política e económica de Luanda, espectácul­o distinguid­o no Prémio de Teatro Cidade de Luanda, edição 2010, como segundo classifica­do e distinção de melhor actor para Adilson Vunge.

A peça é vivida num prédio em plena capital, em que todos coabitam mas ninguém quer saber do estado degradado do edifício. Os moradores vivem aparenteme­nte bem, usando bons perfumes e belos carros, mas o prédio em que residem contínua imundo e sujo, tal como algumas zonas da capital.

As pessoas passaram a viver para os interesses pessoais e não para o bem comum, um quadro que se quer inverter para que a sociedade não caia em descrédito total.

Nestes 19 anos de existência, o Henrique Artes orgulha-se pela consolidaç­ão de um trabalho dramático em Luanda, com vários prémios colectivos e individuai­s. A internacio­nalização do grupo aconteceu em 2008 com a participaç­ão no Mindelact, em Cabo Verde, seguindo depois para o Rio de Janeiro, Brasil, em 2011, onde conquistou o prémio Revelação, com a peça “Hotel Komarka”. A nível nacional, o maior reconhecim­ento foi a atribuição, em 2012, do Prémio Nacional de Cultura e Artes, na disciplina de Teatro.

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DR Actores do Henrique Artes apresentam, hoje e amanhã, duas peças de teatro no palco da Liga

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