Um homem é morto em manifestação ilegal
Um homem, de 48 anos, morreu, ontem, durante uma manifestação não autorizada, na capital guineense, Bissau, disse à agência Lusa uma fonte policial. As autoridades dispersaram o protesto com recurso a gás lacrimogéneo. A manifestação reuniu milhares de pessoas, na avenida dos Combatentes da Liberdade da Pátria, que liga o centro da capital ao aeroporto.
O comissário nacional da Polícia de Ordem Pública, Armando Nhaga, disse à Lusa que três manifestantes foram detidos por alegadamente agredirem agentes policiais.
Fontes hospitalares avançaram que, pelo menos, três pessoas ficaram feridas durante “os distúrbios”.
A manifestação foi organizada pelo Partido da Renovação Social (PRS), Movimento pela Alternância Democrática (Madem-G15) e Assembleia doPovoUnido–PartidoDemocrático da Guiné-Bissau (APUPDGB) para contestar a forma como estão a ser organizadas as eleições presidenciais, marcadas para 24 de Novembro.
Numa carta enviada, na sexta-feira, aos organizadores, o Ministério do Interior explicou que o protesto não era autorizado por o Executivo não ter condições de garantir a segurança necessária à manifestação.
Na sexta-feira, a União Europeia (UE) apelou ao Governo de Bissau a não poupar esforços para que as eleições presidenciais se realizem no calendário previsto e às partes para que evitem qualquer incitamento à violência.
“O Governo da Guiné-Bissau não deve poupar-se a quaisquer esforços para organizar a primeira volta das eleições presidenciais em 24 de Novembro, segundo o calendário estabelecido, e com o objectivo de completar o processo eleitoral em 29 de Dezembro, caso seja necessária uma segunda volta”, disse à agência Lusa fonte comunitária. A campanha eleitoral, na qual participam 12 candidatos aprovados pelo Supremo Tribunal de Justiça, decorre entre 1 e 20 de Novembro.
O Primeiro-Ministro guineense, Aristides Gomes, adiantou que a Comissão Nacional de Eleições decidiu que os cadernos eleitorais que vão ser utilizados nas presidenciais são os que foram usados nas eleições legislativas e que o executivo respeita a decisão.