Cardeal D. Dal Corso realiza primeira missa em Caiundo
O Cardeal D. Eugénio Dal Corso presidiu, ontem, na comuna do Caiundo, 135 quilómetros a sul da cidade de Menongue, a primeira missa campal de acção de graças, perante dezenas de fiéis católicos e convidados que afluíram ao local, em homenagem à sua designação, a 5 deste mês, como membro do Colégio de Conselheiros do Papa.
D. Eugénio Dal Corso, que é, igualmente, bispo emérito da Diocese de Benguela, reside na comuna do Caiundo há cerca de dois anos, local onde decidiu fixar a sede missionária e passar o resto da vida.
A missa em sua homenagem foi testemunhada pelo bispo da diocese de Menongue, D. Leopoldo Ndakalako, pelo governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, membros do Governo, autoridades eclesiásticas das províncias de Luanda, Benguela e Huambo e dezenas de fiéis.
O cardeal D. Eugénio Dal Corso agradeceu o apoio e carinho que recebeu do governo do Cuando Cubango, quando, na sexta-feira, desembarcou no aeroporto de Menongue, proveniente de Roma (Itália), passando por Luanda.
Apesar da idade avançada, promete trabalhar arduamente para o engrandecimento da Igreja Católica. “Nós, como servos, devemos expandir o evangelho para que Deus possa ouvir o clamor das comunidades”, disse.
Governador satisfeito
O governador do Cuando Cubango manifestou-se satisfeito com o facto de o Cardeal D. Eugénio Dal Corso ter escolhido a comuna do Caiundo para residir, mesmo antes de ter sido nomeado para as novas funções. Júlio Bessa fez uma descrição do estado em que se encontra a província do Cuando Cubango e pediu a colaboração da população na solução dos problemas.
“Conversei bastante com o Bispo da Diocese de Menongue, traçámos alguns planos, vamos trabalhar juntos”, disse. O Governo, acrescentou, vai ajudar na implantação da Igreja, sobretudo no que diz respeito às infra-estruturas “e queremos que a Igreja nos ajude a resgatar as boas maneiras no seio das populações”.
O governador pediu, também, o apoio da Igreja Católica no domínio do ensino e alfabetização. Júlio Bessa manifestou-se preocupado com o aumento de queimadas anárquicas de florestas, em toda a extensão da província, e solicitou a intervenção da Igreja Católica através do papel de evangelizador, para persuadir as comunidades de abdicarem destas práticas e proteger a biodiversidade.
D. Eugénio Dal Corso, da Congregação dos Pobres Servos da Divina Providência, foi ordenado padre a 7 de Julho de 1953, em Verona (Itália), sua terra natal.
Chegou a Angola em 1986, para trabalhar como reitor no Seminário Diocesano do Uíge. Já foi delegado dos Pobres Servos da Divina Providência e professor de Filosofia. Foi nomeado bispo em 1995 pelo Papa João Paulo II.
D. Eugénio Dal Corso foi, também, bispo da Diocese de Saurimo e delegado apostólico de Cabinda. Tinha sido nomeado bispo de Benguela em Fevereiro de 2008, substituindo D. Óscar Braga, hoje também bispo emérito da Diocese.
Foi o terceiro bispo da história da Diocese de Benguela, depois de D. Armando Amaral dos Santos (19701973) e D. Óscar Braga (19752008). D. António Francisco Jaca é o actual bispo da Diocese de Benguela.