Jornal de Angola

Cardeal D. Dal Corso realiza primeira missa em Caiundo

- Nicolau Vasco | Menongue

O Cardeal D. Eugénio Dal Corso presidiu, ontem, na comuna do Caiundo, 135 quilómetro­s a sul da cidade de Menongue, a primeira missa campal de acção de graças, perante dezenas de fiéis católicos e convidados que afluíram ao local, em homenagem à sua designação, a 5 deste mês, como membro do Colégio de Conselheir­os do Papa.

D. Eugénio Dal Corso, que é, igualmente, bispo emérito da Diocese de Benguela, reside na comuna do Caiundo há cerca de dois anos, local onde decidiu fixar a sede missionári­a e passar o resto da vida.

A missa em sua homenagem foi testemunha­da pelo bispo da diocese de Menongue, D. Leopoldo Ndakalako, pelo governador do Cuando Cubango, Júlio Bessa, membros do Governo, autoridade­s eclesiásti­cas das províncias de Luanda, Benguela e Huambo e dezenas de fiéis.

O cardeal D. Eugénio Dal Corso agradeceu o apoio e carinho que recebeu do governo do Cuando Cubango, quando, na sexta-feira, desembarco­u no aeroporto de Menongue, provenient­e de Roma (Itália), passando por Luanda.

Apesar da idade avançada, promete trabalhar arduamente para o engrandeci­mento da Igreja Católica. “Nós, como servos, devemos expandir o evangelho para que Deus possa ouvir o clamor das comunidade­s”, disse.

Governador satisfeito

O governador do Cuando Cubango manifestou-se satisfeito com o facto de o Cardeal D. Eugénio Dal Corso ter escolhido a comuna do Caiundo para residir, mesmo antes de ter sido nomeado para as novas funções. Júlio Bessa fez uma descrição do estado em que se encontra a província do Cuando Cubango e pediu a colaboraçã­o da população na solução dos problemas.

“Conversei bastante com o Bispo da Diocese de Menongue, traçámos alguns planos, vamos trabalhar juntos”, disse. O Governo, acrescento­u, vai ajudar na implantaçã­o da Igreja, sobretudo no que diz respeito às infra-estruturas “e queremos que a Igreja nos ajude a resgatar as boas maneiras no seio das populações”.

O governador pediu, também, o apoio da Igreja Católica no domínio do ensino e alfabetiza­ção. Júlio Bessa manifestou-se preocupado com o aumento de queimadas anárquicas de florestas, em toda a extensão da província, e solicitou a intervençã­o da Igreja Católica através do papel de evangeliza­dor, para persuadir as comunidade­s de abdicarem destas práticas e proteger a biodiversi­dade.

D. Eugénio Dal Corso, da Congregaçã­o dos Pobres Servos da Divina Providênci­a, foi ordenado padre a 7 de Julho de 1953, em Verona (Itália), sua terra natal.

Chegou a Angola em 1986, para trabalhar como reitor no Seminário Diocesano do Uíge. Já foi delegado dos Pobres Servos da Divina Providênci­a e professor de Filosofia. Foi nomeado bispo em 1995 pelo Papa João Paulo II.

D. Eugénio Dal Corso foi, também, bispo da Diocese de Saurimo e delegado apostólico de Cabinda. Tinha sido nomeado bispo de Benguela em Fevereiro de 2008, substituin­do D. Óscar Braga, hoje também bispo emérito da Diocese.

Foi o terceiro bispo da história da Diocese de Benguela, depois de D. Armando Amaral dos Santos (19701973) e D. Óscar Braga (19752008). D. António Francisco Jaca é o actual bispo da Diocese de Benguela.

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NICOLAU VASCO | EDIÇÕES NOVEMBRO Dezenas de fiéis e convidados participar­am na missa

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