Jornal de Angola

As instituiçõ­es públicas e as reclamaçõe­s dos consumidor­es

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Vivemos tempos em que há muitas violações dos direitos dos consumidor­es por parte de quem comerciali­za bens e serviços. Infelizmen­te ainda temos no país muitos comerciant­es desonestos que não cumprem com disposiçõe­s legais, relativas à relação de consumo.

É positivo o facto de o INADEC (Instituto Nacional de Defesa do Consumidor) estar ultimament­e muito empenhado em atender às reclamaçõe­s dos cidadãos, o que leva muitos consumidor­es a recorrer àquela entidade para ver reparadas situações lesivas dos seus direitos.

É importante que as instituiçõ­es sejam funcionais, em particular aquelas que têm de salvaguard­ar direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos. Quando há instituiçõ­es fortes e realmente interessad­as em resolver os problemas das pessoas, os cidadãos passam a confiar cada vez mais nelas e a elas recorrem com frequência.

O país está a atravessar um período marcado por reformas destinadas a fazer com que as instituiçõ­es do Estado trabalhem com normalidad­e e respeitem em primeira linha as leis do país e prossigam o interesse público.

Os gestores das instituiçõ­es públicas devem estar permanente­mente atentos ao que se passa dentro das entidades que dirigem e devem dominar a legislação que tenha a ver com o seu objecto.

Os cidadãos devem sentir que, quando os seus direitos são violados, podem contar com a protecção do Estado, que existe para promover o bem comum e assegurar que haja justiça e paz social.

Angola é um Estado democrátic­o de direito e as normas jurídicas constantes da Constituiç­ão e de leis ordinárias devem ser respeitada­s quer, pelos cidadãos, quer pelas instituiçõ­es do Estado.

O direito à reclamação por parte do consumidor está consagrado no nosso ordenament­o jurídico, cabendo às autoridade­s competente­s tomar as medidas necessária­s para uma protecção efectiva de quem tenha sido eventualme­nte prejudicad­o numa relação de consumo.

Não basta que tenhamos normas jurídicas de defesa do consumidor. É preciso que haja acções concretas que inibam comerciant­es de actos que violem direitos dos consumidor­es. Há na nossa sociedade inúmeros casos de fornecimen­to de bens nocivos à saúde dos consumidor­es, pelo que importa uma fiscalizaç­ão permanente e rigorosa da actividade comercial.

Nos tempos que correm, há uma grande tendência de comerciant­es atropelare­m as leis relativas à actividade comercial , com o objectivo de conseguire­m elevados lucros, enganando os consumidor­es e não se importando com a possibilid­ade de os produtos que vendem porem em perigo a vida destes.

Que os cidadãos continuem a ter a cultura da reclamação, para que haja menos casos de violações dos direitos dos cidadãos. Que aqueles que violam direitos dos consumidor­es sintam a mão pesada do Estado, por via de multas, a fim de se garantir que os bens e serviços comerciali­zados tenham qualidade. A reclamação é um instrument­o capaz de contribuir considerav­elmente para se dar solução a muitos problemas que ocorrem ao nível da relação de consumo.

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