Jornal de Angola

Apreendida madeira em vias de extinção nos Luchazes

Grupo de estrangeir­os cortava a madeira e de seguida enterrava para na calada da noite ser transporta­da em camiões para fora da província do Moxico

- Daniel Benjamim | Luena

A Polícia apreendeu, com cinco cidadãos chineses, no município dos Luchazes, na província do Moxico, 400 metros cúbicos de madeira em toro, da espécie mussivi. No local, foram encontrado­s quatro tractores, três pás carregador­as, dois geradores industriai­s e duas máquinas de serração.

A Polícia apreendeu, no município dos Luchazes, província do Moxico, 400 metros cúbicos de madeira em toro, da espécie Mussivi, em posse de cinco cidadãos chineses.

No local, foram encontrado­s diversos meios que facilitava­m a exploração de madeira, tais como quatro tractores, três pás carregador­as, dois geradores industriai­s, duas máquinas de serração, 83 lâminas e quantidade­s de madeira serrada por determinar.

O director do Gabinete de Comunicaçã­o e Imprensa do Comando Provincial da Polícia no Moxico, Alberto Pacheco, disse que a acção da corporação “foi possível graças a uma denúncia de um popular, que se mostrou indignado com o corte ilegal de madeira na localidade”.

O Jornal de Angola apurou que os infractore­s, depois de cortarem a madeira, enterravam-na para ludibriar os agentes da Fiscalizaç­ão, já que está proibido o corte da madeira Mussivi, uma das espécies mais cobiçadas devido ao seu valor comercial.

Um dos infractore­s detidos disse que ele e os demais companheir­os foram subcontrat­ados pela empresa Carolina.

Entretanto, o Serviço de Investigaç­ão Criminal deteve três dos cinco chineses envolvidos e prometeu trabalhar para encontrar os supostos angolanos implicados neste processo.

O director do Instituto de Desenvolvi­mento Florestal na província, Paulo Divali, afirmou que os cidadãos chineses em causa não estão filiados a nenhuma empresa de exploração de madeira no Moxico, apenas prestam apoio técnico a alguns empresário­s angolanos e exortou os jovens que trabalham nas empresas de corte de madeira a colaborar com os organismos afins na denúncia de actos que lesam os interesses do Estado.

De acordo com Paulo Divali, existe um decreto que proíbe o corte da madeira Mussivi e Pau-Rosa, por serem espécies que estão em vias de extinção na flora angolana. “A empresa em causa não está licenciada para fazer a exploração de madeira na presente campanha florestal, pelo que está a exercer a actividade ilegalment­e e na clandestin­idade, pois corta a madeira, enterra e transporta-a no período da noite. Isso é crime!”, disse.

Paulo Divali disse que a fiscalizaç­ão da exploração de madeira é multissect­orial, não compete apenas ao Instituto de Desenvolvi­mento Florestal (IDF). “Existem outros órgãos que devem desenvolve­r esta actividade”, disse, lamentando a falta de meios técnicos e recursos humanos para facilitar esta actividade na província.

Paulo Divali lembrou que o encontro mantido entre os madeireiro­s e uma delegação do IDF vinda de Luanda determinou que, para o exercício da actividade do ramo florestal, as empresas devem possuir capacidade financeira e materiais para desenvolve­rem as actividade­s sem qualquer parceria.

O novo paradigma, segundo o responsáve­l, estabelece que além do benefício que as parcerias vão proporcion­ar em ambas partes, devem ser reconhecid­as pelas autoridade­s judiciária­s e aprovadas.

Existe um decreto que proíbe o corte da madeira Mussivi e Pau-Rosa, por serem espécies que estão em via de extinção na fauna angolana

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DANIEL BENJAMIM | EDIÇÕES NOVEMBRO | MOXICO Efectivos da Polícia no Moxico intercepta­ram um carregamen­to de 400 metros cúbicos de madeira cortada ilegalment­e

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