Apreendida madeira em vias de extinção nos Luchazes
Grupo de estrangeiros cortava a madeira e de seguida enterrava para na calada da noite ser transportada em camiões para fora da província do Moxico
A Polícia apreendeu, com cinco cidadãos chineses, no município dos Luchazes, na província do Moxico, 400 metros cúbicos de madeira em toro, da espécie mussivi. No local, foram encontrados quatro tractores, três pás carregadoras, dois geradores industriais e duas máquinas de serração.
A Polícia apreendeu, no município dos Luchazes, província do Moxico, 400 metros cúbicos de madeira em toro, da espécie Mussivi, em posse de cinco cidadãos chineses.
No local, foram encontrados diversos meios que facilitavam a exploração de madeira, tais como quatro tractores, três pás carregadoras, dois geradores industriais, duas máquinas de serração, 83 lâminas e quantidades de madeira serrada por determinar.
O director do Gabinete de Comunicação e Imprensa do Comando Provincial da Polícia no Moxico, Alberto Pacheco, disse que a acção da corporação “foi possível graças a uma denúncia de um popular, que se mostrou indignado com o corte ilegal de madeira na localidade”.
O Jornal de Angola apurou que os infractores, depois de cortarem a madeira, enterravam-na para ludibriar os agentes da Fiscalização, já que está proibido o corte da madeira Mussivi, uma das espécies mais cobiçadas devido ao seu valor comercial.
Um dos infractores detidos disse que ele e os demais companheiros foram subcontratados pela empresa Carolina.
Entretanto, o Serviço de Investigação Criminal deteve três dos cinco chineses envolvidos e prometeu trabalhar para encontrar os supostos angolanos implicados neste processo.
O director do Instituto de Desenvolvimento Florestal na província, Paulo Divali, afirmou que os cidadãos chineses em causa não estão filiados a nenhuma empresa de exploração de madeira no Moxico, apenas prestam apoio técnico a alguns empresários angolanos e exortou os jovens que trabalham nas empresas de corte de madeira a colaborar com os organismos afins na denúncia de actos que lesam os interesses do Estado.
De acordo com Paulo Divali, existe um decreto que proíbe o corte da madeira Mussivi e Pau-Rosa, por serem espécies que estão em vias de extinção na flora angolana. “A empresa em causa não está licenciada para fazer a exploração de madeira na presente campanha florestal, pelo que está a exercer a actividade ilegalmente e na clandestinidade, pois corta a madeira, enterra e transporta-a no período da noite. Isso é crime!”, disse.
Paulo Divali disse que a fiscalização da exploração de madeira é multissectorial, não compete apenas ao Instituto de Desenvolvimento Florestal (IDF). “Existem outros órgãos que devem desenvolver esta actividade”, disse, lamentando a falta de meios técnicos e recursos humanos para facilitar esta actividade na província.
Paulo Divali lembrou que o encontro mantido entre os madeireiros e uma delegação do IDF vinda de Luanda determinou que, para o exercício da actividade do ramo florestal, as empresas devem possuir capacidade financeira e materiais para desenvolverem as actividades sem qualquer parceria.
O novo paradigma, segundo o responsável, estabelece que além do benefício que as parcerias vão proporcionar em ambas partes, devem ser reconhecidas pelas autoridades judiciárias e aprovadas.
Existe um decreto que proíbe o corte da madeira Mussivi e Pau-Rosa, por serem espécies que estão em via de extinção na fauna angolana