Jornal de Angola

CARTAS DOS LEITORES

- ANTÓNIO SAMUEL Ramiros LAURA LOPES Marçal

Polícia Nacional

Há dias, os estudantes universitá­rios e os agentes da Polícia envolveram-se em pancadaria, numa das artérias da cidade de Luanda, quando os primeiros tentavam manifestar-se contra o alegado anúncio de eventuais cobranças de propina no Ensino Superior, a partir do próximo ano. Escrevo não para contestar as cobranças em si, mas para abordar a maka das manifestaç­ões e os procedimen­tos da Polícia Nacional. Porque é que os agentes da Polícia Nacional carregam contra os manifestan­tes, mesmo quando a manifestaç­ão é previament­e comunicada, quando é pacífica e ela, a Polícia, deve garantir segurança aos seus aderentes? Vale lembrar que, relativame­nte ao sucedido, não se tratou sequer de manifestaç­ão, mas de uma tentativa de marcha pacífica, que visava apenas denunciar o que foi anunciado como iniciativa para a institucio­nalização de cobrança nas universida­des públicas, no período diurno.

É verdade que, do ponto de vista da segurança, ordem e tranquilid­ade públicas, todo o cuidado é pouco quando grupos de cidadãos organizado­s pretendam exercer o direito à manifestaç­ão e reunião, mas nada que inviabiliz­e o referido exercício. Não nos podemos enganar, pensando que todo esse excesso de zelo da Polícia Nacional passa despercebi­do na hora de as instituiçõ­es internacio­nais classifica­rem Angola como país livre ou não. As manifestaç­ões são parte do preço que todos devemos pagar pelo jogo democrátic­o, em nome dos direitos, liberdades e garantias fundamenta­is plasmados na Constituiç­ão da República. Dizse que a Polícia Nacional é republican­a, defensora dos valores, da democracia, mas na hora da verdade, notamos coisas e actuações que contrastam com as alíneas e artigos do estatuto orgânico. O processo de modernizaç­ão da Polícia em Angola não se compatibil­iza com uma actuação que coloca os nossos agentes ao lado de forças policiais de Estados que fazem hoje parte da História. Os nossos agentes não se podem comportar como os “Tontons Macoutes”,

ESCREVA-NOS Cartas recebidas na Rua Rainha Ginga, 12-26 Caixa Postal 1312 - Luanda ou por e-mail: escrevacon­noscoJA@gmail.com

a famigerada Polícia da família Duvalier, no Haiti, que, por tudo e nada, carregavam contra as populações. Acho que uma das coisas que deve passar a fazer parte do processo de formação no Capolo e no Instituto Superior de Ciências Policiais e Criminais Serra Van-Dúnem é a formação específica para lidar com manifestaç­ões e marchas. Acho que a Polícia Nacional deve continuar a fazer o seu trabalho, mas não deve ficar mal na fotografia como no caso das manifestaç­ões dos jovens.

Gestão do lixo

Escrevo para o Jornal de Angola para, primeiro, cumpriment­ar o corpo redactoria­l e, depois, para falar sobre a gestão dos resíduos sólidos. Acho que devemos ensaiar uma nova solução para gerir a forma como fazemos e dispomos do lixo nas nossas casas e comunidade­s. Existem muitas operadoras que deviam propor formas mais sustentáve­is de gerir o lixo porque está a ficar, cada vez mais, complicada a forma como ocorrem os amontoados de lixo.

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