Novas variedades afastam vírus nocivo à mandioca
Os institutos de Desenvolvimento Agrário (IDA) e de Investigação Agronómica (IIA) estão a introduzir novas variedades de mandioca em grande escala para erradicar o vírus do mosaico, que prejudica as plantações em 13 províncias do país, soube o Jornal de Angola de fonte oficial.
O director-adjunto para a Área Técnica do IDA, José Fernandes, afirmou, num fórum sobre “Experiências, desafios e oportunidades das cadeias de valor da mandioca, milho, soja e frango”, encerrado terça-feira, em Luanda, que as actuais variedades usadas para o cultivo de mandioca não são as mais recomendáveis.
“Por causa do vírus do mosaico que tem afectado várias plantações no norte e leste do país, a produção tem sido muito baixa e com um ciclo muito longo, gerando pouco rendimento às famílias camponesas”, notou.
José Fernandes afirmou que está em curso uma estratégia de investigação de novas variedades que são de ciclo curto e mais resistentes a pragas. “Com a reconversão varietal, a média de produção é de 14 toneladas por hectare, o que representa 1,4 quilos por planta, mas temos variedades a ser introduzidas com uma média de produção de 25 toneladas por hectare, o que reflecte 2,5 quilos por planta, a uma média de 10 mil plantas por hectare”, explicou.
O director adjunto avançou estar em curso um trabalho de fomento da produção de mandioca, que é consumida por 60 por cento da população. “A estratégia consiste em alargar a produção a partir da extracção do amido, para produzir massa alimentar, pão, bolachas e enchidos de carne”, apontou.
Na sua opinião, as famílias devem começar a produzir mandioca mais como gerador de rendimentos do que como produto de subsistência. “A incorporação da mandioca na produção do pão consistiria em 80 por cento de farinha de trigo e 20 da raiz, gerando menos custos para as receitas do Estado”, disse.