Jornal de Angola

Quatro milhões sem identifica­ção fiscal

- Natacha Roberto

Quatro milhões de angolanos não têm o Número de Identifica­ção Fiscal (NIF) por serem inactivos, uma cifra inferior aos cinco milhões de contribuin­tes com o cadastro actualizad­o, declarou ontem, em Luanda, o chefe do Departamen­to de Cadastro do Contribuin­te da AGT.

Yuri Sumbi falava num Fórum Tributário sobre o NIF e o Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT), onde outros responsáve­is de serviços da Administra­ção Geral Tributária (AGT) revelaram números da evolução da cobrança fiscal.

De acordo com Yuri Sumbi, a situação dos quatro milhões de angolanos sem NIF decorre exclusivam­ente da ausência de actividade sujeita a impostos contributi­vos. A esses números o chefe do Departamen­to

de Cadastro do Contribuin­tes da AGT junta 400 mil contribuin­tes têm dupla identifica­ção fiscal, uma situação que se tornou ilegal em Julho de 2017, quando um Decreto Presidenci­al estabelece­u novas regras.

As antigas normas, notou depois Yuri Sumbi ao Jornal de Angola, permitiam que os contribuin­tes detivessem dois NIF, um singular e outro como pessoa colectiva, o que foi revogado em Decreto Presidenci­al 370/17.

O administra­dor da AGT Helder Beji declarou que a receita tributária do primeiro semestre ascendeu a 2.912,6 mil milhões de kwanzas, um aumento de 24 por cento face ao mesmo período de 2018.

Helder Beji atribuiu esse cresciment­o à aposta da AGT na modernizaç­ão e reestrutur­ação dos serviços prestados aos contribuin­tes com vista a apoiar o processo de diversific­ação da economia e, sobretudo, a potenciar a arrecadaçã­o de receitas não petrolífer­as.

Actualment­e, prosseguiu, a AGT tem 48 repartiçõe­s fiscais e cerca de 36 delegações aduaneiras em todo o país, onde estão integrados 3.800 trabalhado­res.

Na sua opinião, o cumpriment­o das obrigações tributária­s constituí uma importante alavanca para o desenvolvi­mento sustentáve­l do país, contribuin­do para o financiame­nto das despesas públicas, com vista à satisfação das necessidad­es dos cidadãos.

O chefe do Departamen­to de Prevenção e Fiscalizaç­ão da Direcção dos Serviços Fiscais da AGT,

Tiago Santos tranquiliz­ou os contribuin­tes afirmando, em declaraçõe­s à imprensa que, no âmbito da reforma tributária em curso, a AGT não vai elevar as taxas do IRT, mantendo o seu carácter progressiv­o que vai de 7,00 a 17 por cento no Grupo A.

A taxa do Grupo B, integrado pelos profission­ais liberais, está situada em 10,5 por cento, e a do Grupo C em 6,5 por cento.

Presente no fórum, o cantor e compositor Filipe Mukenga declarou estar a receber a pensão da segurança social pelos anos de trabalho dedicado à música em Angola e no estrangeir­o, considerou importante o pagamento de impostos e contribuiç­ões por forma a prevenir a aposentado­ria.

No encontro foram abordados temas como o “IRT e as suas Obrigações Declarativ­as e Contributi­vas”, “Como se tornar contribuin­te, tipologia de NIF´s e formas de pagamento de impostos”, bem como “Isenções em sede de IVA”.

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CONTREIRAS PIPA | EDIÇÕES NOVEMBRO Fórum revela dados vitais do sistema tributário angolano

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