Aristides Gomes mantém-se em funções até às eleições presidenciais
O Primeiro-Ministro da GuinéBissau, Aristides Gomes, cuja nomeação resultou das eleições legislativas de Março, disse ontem aos jornalistas que se vai manter no cargo apesar de o Presidente do país o ter exonerado na segunda-feira.
Em declarações aos jornalistas, no final de uma reunião extraordinária do Conselho de Ministros para analisar os últimos desenvolvimentos políticos no país, Gomes, que se encontrava ladeado de todos os membros do Governo, afirmou que “só sai se for pela via da força.”
Em relação ao decreto do Presidente Mário Vaz de o exonerar, o Primeiro-Ministro defendeu ser uma decisão “nula e inexistente”, lembrando que “os arranjos constitucionais”, que permitiram a permanência de José Mário Vaz no cargo, “vedam-lhe poderes para tomar certas decisões.”
Para Aristides Gomes, a questão prévia é saber se José Mário Vaz tem ou não legitimidade para exonerar o Governo, o que disse, não tem.
“Uma coisa é a legitimidade, legalidade, outra coisa é a força”, declarou Gomes, prometendo manter-se em funções até à realização de eleições presidenciais.
Após as presidenciais, que disse ser um imperativo para o país, em concertação com a comunidade internacional, Aristides Gomes adiantou que vai ponderar a continuidade ou não no cargo de Primeiro-Ministro.
“Depois da proclamação dos resultados eleitorais, vou analisar, em função de quem vencer, se devo ou não continuar”, assinalou. Quanto ao que se passa no país, o Primeiro-Ministro considerou ser o início de um golpe de Estado, mas, sublinhou, prontamente denunciado pelo Governo e condenado pela comunidade internacional. Aristides Gomes apelou às forças de defesa e segurança do país a manterem-se nas funções e exortou os guineenses a preservarem a calma.